segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

ATIVIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - TEXTO: SIMPLICIDADE, DE MARTA MEDEIROS


SIMPLICIDADE

É difícil ser simples. Frase surrada, mas perfeita. Diz o que tem a dizer. Comunica. Vai ao ponto.
Somos perdulários nas atitudes e nas descrições. Gastamos saliva à toa, exageramos na dose, perdemos um tempo danado dourando a pílula, sem reparar que poderíamos fazer tudo o que fazemos de maneira mais rápida e funcional.
Para isso, é preciso ter noções de economia. Porque simplicidade é reduzir excessos. É feijão com arroz, preto no branco. Nada de purpurina e orquestra, recheios e encenações. Não precisamos de muita produção para viver. Basta saber dizer sim e não, e dissecar o que for mais complicado. Parece complicado? Mas é tão simples...
Conversando outro dia com alunos de um curso pré-vestibular, me perguntaram como escrever uma redação, prova das mais temidas para os pretendentes a uma vaga na universidade. Simples: sem enrolar. Dizer o que passa pela cabeça como se estivesse conversando com o melhor amigo numa mesa de bar, porém zelando pelo bom uso do xis, do zê e da cedilha. Não abusando dos adjetivos: “Este grande Brasil dilacerado passa por um terrível momento catastrófico e o povo humilde e amargurado sofre inenarráveis mazelas brutais”. Não misturando os assuntos: “Se tivéssemos menos carros nas ruas, poderíamos diminuir a poluição e ouviríamos melhor o silêncio que é sagrado principalmente depois da hora do almoço, quando tiramos aquela soneca porque sofremos de insônia, um dos grandes males da humanidade”. Concentre-se e resuma-se. Escreva um grande rascunho e, depois, strip-tease nele: deixe que fique só o necessário para seduzir o leitor.
Ser simples é facilitar a vida dos outros e a própria vida. Vale para se vestir, para declarar amor, para pedir informação. “Moça, eu saí de casa atrasado e me esqueci de olhar o mapa e agora preciso encontrar a rua Simões Pires pois é lá que tenho aula de piano às quatro horas mas acho que por essa parada não passa ônibus da linha 31, não é? Zzzzzzzzz, tarde demais, a moça pegou no sono.
Concisão é uma questão de hábito e autoconfiança. As pessoas exageram porque acham que não estão sendo notadas. Usam colar, pulseira, brinco, piercing, bracelete e ainda fazem uma tatuagem desde o pescoço até o umbigo: impossível enxergar alguém por trás de tanto adereço. Simplicidade é a busca do absoluto. É escapar de armadilhas e descongestionar o pensamento. O trajeto mais curto para a felicidade. (Junho de 2001)

MEDEIROS, Marta. Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2012.

01. O texto da escritora Marta Medeiros apresenta características que o enquadram como sendo do gênero
A) conto.
B) romance.
C) artigo de opinião.
D) crônica.
E) fábula.

02. Ao concluir a leitura do texto "Simplicidade", percebe-se que ele apresenta um caráter
A) crítico.
B) reflexivo.

C) filosófico.
D) fantasioso.
E) didático.

03. De acordo com a autora, as pessoas exageram nos adereços e acessórios por que
A) desejam ficar mais bonitas e acompanhar a moda.
B) querem ostentar riqueza, poder e fartura.
C) querem se fazer notar, mostrar às outras que elas existem.
D) estão sempre competindo entre si de maneira fútil e alienada.
E) precisam melhorar a autoestima.

04. A autora aconselhou a alguns alunos de pré-vestibular a não abusar de adjetivos na redação e citou o exemplo:
Este grande Brasil dilacerado passa por um terrível momento catastrófico e o povo humilde e amargurado sofre inenarráveis mazelas brutais”
Assinale o item que apresenta todos os adjetivos usados por Marta Medeiros no exemplo citado.

A) grande – dilacerado – terrível – catastrófico – humilde – amargurado – inenarráveis – brutais.
B) dilacerado – momento – terrível – catastrófico – povo – humilde – inenarráveis – brutais.
C) grande – Brasil - terrível – momento – humilde – amargurado – inenarráveis – brutais.
D) dilacerado – terrível – povo – humilde – amargurado inenarráveis – mazelas – brutais.
E) grande – terrível – momento – catastrófico – humilde – amargurado - inenarráveis –mazelas.

05. Pode-se encontrar uma expressão empregada no sentido figurado em
A) “Diz o que tem a dizer”.
B) “Para isso, é preciso ter noções de economia”.
C) “Escreva um grande rascunho e, depois, strip-tease nele...”
D) “...o povo humilde e amargurado sofre inenarráveis mazelas brutais”.
E) “...quando tiramos aquela soneca porque sofremos de insônia...”

06. Em “Somos perdulários nas atitudes e nas descrições”, pode-se substituir, sem prejuízo de sentido, o termo grifado por
A) avarentos.
B) esbanjadores.
C) discretos.
D) simplórios.
E) audaciosos.

07. Para Marta Medeiros, a simplicidade tem vantagens porque
A) as coisas mais simples têm um valor sentimental maior.
B) podemos ficar mais despreocupados e menos ansiosos.
C) sendo simples, gastamos e consumimos menos.
D) ela traz paz de espírito e mais união entre as pessoas.
E) nos ajuda a realizar as atividades de forma funcional e ágil.

08. A autora apresenta uma escrita leve e bem humorada. Então, pode-se afirmar que ela usa um tom de humor na seguinte passagem?
A) "Frase surrada, mas perfeita. "
B) "Somos perdulários nas atitudes e nas descrições". 
C) "Concisão é uma questão de hábito e autoconfiança".
D) "Zzzzzzzzz, tarde demais, a moça pegou no sono". 
E) "As pessoas exageram porque acham que não estão sendo notadas".

09. Na expressão "É escapar de armadilhas e descongestionar o pensamento", identifica-se o uso da figura de linguagem denominada
A) Metáfora.
B) Metonímia.
C) Antítese.
D) Eufemismo.
E) Anacoluto.

10. Em um mesmo texto, podemos encontrar mais de uma função de linguagem. No trecho a seguir retirado do texto de Marta Medeiros, percebe-se que a função da linguagem mais marcante é 
"Para isso, é preciso ter noções de economia. Porque simplicidade é reduzir excessos. É feijão com arroz, preto no branco. Nada de purpurina e orquestra, recheios e encenações. Não precisamos de muita produção para viver. Basta saber dizer sim e não, e dissecar o que for mais complicado".

A) emotiva.
B) fática.
C) metalinguística.
D) referencial.
E) conativa. 




GABARITO: 01. D/ 02. B/ 03. C/ 04. A/ 05. C/ 06. B/ 07. E/ 08. D/ 09. A/ 10. E.





quarta-feira, 8 de novembro de 2017

ATIVIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO - GÊNERO TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO


GÊNERO TEXTUAL: ARTIGO DE OPINIÃO
ATIVIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caos no Espírito Santo: Mais do que um problema policial, um problema ético!
Por: João Neto Pitta
Tiro para o lado, tiro para o outro, assaltos a lojas e a vidas, feitos, não só por quem já é de costume fazê-lo, mas por cidadãos que batem panelas contra a corrupção, que pregam que bandido bom é bandido morto, pelo João de esquerda, pelo José de direita, e também pelo conhecido cidadão de bem.  E claro que isso vai muito além de uma crise policial, estamos vivendo um declínio ético-moral.
Basta pensar o seguinte: quem faz o bem ou deixa de fazer o mal apenas porque está sendo fiscalizado, não é bom, nem ético, é simplesmente alguém astuto. O caso que citei acima, não é abstrato, aconteceu no Espírito Santo, e enquanto muitas pessoas pararam para pensar somente na crise policial, deixaram de pensar no que é ainda mais grave: o problema ético estrutural. A célebre pergunta da filosofia cai bem, quando o assunto é ética – “por que fazemos o que fazemos?”
O romano Cícero costumava dizer que quem faz o que faz, pensando não no bem da atitude em si, mas na boa aparência que o bem traz para quem o faz, não é ético, é esperto.  Ajudar uma velhinha a atravessar a rua visando o júbilo dos olhares que acompanham e não o bem-estar da senhora é atitude de quem visa à aprovação, à aparência, e não à bondade em si, à atitude virtuosa.
O que você faria se fosse invisível?  Longe de qualquer câmera ou de qualquer olhar observador, somente você e a sua sombra tentando resistir à sedução de seus demônios interiores: pegar ou não pegar o celular perdido, o dinheiro, o tênis de marca. São questões que deixo pra você. (...)
Alguém disse certa vez que o Brasileiro se indigna com a corrupção, não pelo motivo de esta ser uma perversão da ética, e sim por não estar participando dela, estando, portanto, na categoria de besta. E uma coisa que o brasileiro não quer ser é besta, um malandro nunca aceitaria tal alcunha.
Somos defensores da ética da conveniência ”Se está bom pra mim, tudo bem!”, o que não percebemos, é que, olhando por essa perspectiva, não somos mais uma sociedade coletiva com direitos sociais, somos bichos acéfalos que terminarão em uma luta de todos contra todos. (...)
(...) A ética também é um pouco disso – antes de fazer qualquer atitude, parar e pensar “o que a minha mãe pensaria sobre isso?” Ela gostaria que eu pescasse na prova? Que eu roubasse a caneta ou o sonho de alguém? A ética também se escora na capacidade de se colocar no lugar dos outros e lembrar que a vida é muito mais do que um cenário uniforme, entendendo os deveres/direitos de cada um nesse pedaço de tempo e universo. É preciso mensurar as nossas atitudes e, de certa maneira, pensar tal como advertiu Kant, generalizando os nossos atos – imaginando, assim, o que aconteceria caso todos mentissem ou furtassem – para que assim possamos construir uma sociedade menos egoísta e mais ética.

01. No artigo em análise, a partir de um fato ocorrido no Espírito Santo, o autor faz um (a)
a) crítica sobre a violência que se instaurou no Espírito Santo durante a greve dos policiais.
b) comentário sobre os direitos trabalhistas dos policiais e a segurança da população.
c) reflexão sobre o comportamento antiético dos cidadãos brasileiros que faz com que não pensemos na coletividade, mas no ganho pessoal.
d) dedução sobre a possível causa dos brasileiros serem tão desonestos e aproveitadores.
e) questionamento sobre as prioridades que o brasileiro elege para as suas vidas.

02. O texto em análise é um artigo de opinião escrito por João Neto Pitta, estudante de Direito e colunista na empresa Caminhos. Quanto a esse gênero, são consideradas corretas as seguintes características?
I. É um texto dissertativo-argumentativo que defende uma opinião sobre um determinado assunto.
II. É um texto expositivo em que o autor explica sobre determinados problemas que afligem a sociedade.
III. É um texto que representa a opinião da empresa jornalística que o publica.
IV. É um texto que pode ser escrito por qualquer cidadão da sociedade que pretende manifestar a sua opinião.
V. A linguagem formal, culta é uma característica desse gênero textual que pretende convencer o leitor de uma determinada opinião.
VI. É publicado somente em revistas e jornais impressos ou televisivos.

a) II – IV – VI.
b) I – IV – V.
c) I – V – VI.
d) II – III – V.
e) I – III – IV.

03. No artigo em análise, o autor defende a tese (ideia principal) de que
a) crimes foram praticados por cidadãos dito honestos.
b) quem não faz algo errado só porque está sendo vigiado é apenas astuto.
c) não adianta ajudar alguém pensando somente no que vai ganhar com isso.
d) somos defensores da ética da conveniência, isto é, só quando nos convém.
e) Vive-se hoje um declínio ético-moral na sociedade brasileira.

 04. A partir de informações e argumentos citados pelo autor sobre o brasileiro, é possível afirmar que
 I. É um povo que luta diariamente pela sua sobrevivência em meio a tanta corrupção.
II. É um povo que se indigna com a corrupção e protesta em prol do bem coletivo.
III. É um povo que só se indigna com a corrupção quando este não usufrui dela.
IV. É um povo adepto da ética pela conveniência.
V. É um povo altruísta, que, antes de tudo, coloca seus interesses na frente dos outros.

a) os itens III e IV estão corretos.
b) os itens I e III estão corretos.
c) os itens II e IV estão corretos.
d) os itens IV e V estão corretos.
e) os itens I e V estão corretos.
  
05. Na conclusão, o autor do texto optou por fazer o fechamento do seu pensamento propondo, principalmente,
a) uma ação concreta que pode ser tomada pelos governos.
b) angústias que deveriam causar indignação às pessoas.
c) ações reflexivas que devem realizadas por todas as pessoas.
d) uma ação concreta que precisa do apoio de toda a sociedade e das instituições.
e) três soluções que visam ao bem coletivo e não à vantagem individual.

06. "Somos defensores da ética da conveniência...". De acordo com o sentido que a frase destacada ganhou no texto, entende-se "ética da conveniência" por
a) defender os valores éticos em qualquer situação da vida.
b) tratar com respeito todas as pessoas com quem temos contato.
c) defender valores éticos somente quando é do meu interesse.
d) assumir um comportamento passivo e submisso diante da vida.
e) defender éticas diferentes conforme as necessidades de cada um.

07. Em "um malandro nunca aceitaria tal alcunha", a palavra "alcunha" pode ser substituída no texto, sem perder o sentido com o qual foi usada, por
a) nome.
b) indignação.
c) sugestão.
d) desatino.
e) ofensa.

 
08. O uso adequado de elementos coesivos em um texto dissertativo-argumentativo fortalece o poder da argumentação. Sabendo disso, observe atentamente as conjunções utilizadas para ligar os períodos a seguir e aponte a alternativa que indica as ideias transmitidas por essas conjunções.

I. "...não só por quem já é de costume fazê-lo, mas por cidadãos que batem panelas contra a corrupção..."
II. "...não é abstrato, aconteceu no Espírito Santo, e enquanto muitas pessoas pararam para pensar somente na crise policial..." 
III. "...e sim por não estar participando dela, estando, portanto, na categoria de besta".

a) contradição - tempo - conclusão.
b) oposição - consequência - conclusão.
c) adição - tempo - explicação.
d) contradição - concessão - explicação.
e) adversidade - consequência - afirmação.

09. "...o que aconteceria caso todos mentissem ou furtassem – para que assim possamos construir uma sociedade menos egoísta e mais ética". Sobre as conjunções destacadas no período, pode-se afirmar que
I. "caso" é um conjunção que dá ideia de condicionalidade.
II. "ou" é uma conjunção que indica alternância de ações.
III. "para que" é uma conjunção que indica uma concessão.
IV. "caso" é uma conjunção que transmite ideia de concessão.
V. "ou" é uma conjunção que introduz uma explicação.
VI. "para que" é uma conjunção que dá ideia de finalidade.

a) I, III e V estão corretos.
b) II, IV e VI estão corretos.
c) II, III e V estão corretos.
d) I, II e VI estão corretos.
e) I, II e IV estão corretos.

 10. A coesão é essencial para que o autor possa expressar claramente as suas ideias em um texto, pois é por meio da ligação entre as orações, os períodos e os parágrafos que se constrói a tessitura textual. Sabendo disso, pode-se afirmar que o termo referente ao pronome "isso" em "E claro que isso vai muito além de uma crise policial, estamos vivendo um declínio ético-moral" é

a) os tiros para um lado, tiros para o outro.
b) o caos no Espírito Santo.
c) os cidadãos que batem panelas.
d) o conhecido cidadão de bem
e) o caso que citei acima.









GABARITO: 01. C; 02. B; 03. E; 04. A; 05. C; 06. C; 07. E; 08. A; 09. D; 10. B




quarta-feira, 25 de outubro de 2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM (35) - IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA VERDADEIRA CIDADANIA DOS BRASILEIROS”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

TEXTO I

Educação para a Cidadania - Linhas Orientadoras

A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os problemas sentidos por cada um e pela sociedade. O exercício da cidadania implica, por parte de cada indivíduo e daqueles com quem interage, uma tomada de consciência, cuja evolução acompanha as dinâmicas de intervenção e transformação social. A cidadania traduz-se numa atitude e num comportamento, num modo de estar em sociedade que tem como referência os direitos humanos, nomeadamente os valores da igualdade, da democracia e da justiça social.
Enquanto processo educativo, a educação para a cidadania visa contribuir para a formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo. (...)

Disponível em http://www.dge.mec.pt/educacao-para-cidadania-linhas-orientadoras-0. Acesso 07/06/2017, às 08:46.


TEXTO II
  




TEXTO III

Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno.



TEXTO IV
(...) A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A formação política, que tem no universo escolar um espaço privilegiado, deve propor caminhos para mudar as situações de opressão. Muito embora outros segmentos participem dessa formação, como a família ou os meios de comunicação, não haverá democracia substancial se inexistir essa responsabilidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar. (...)


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

ATIVIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO - GÊNERO TEXTUAL: EDITORIAL

Redução da menoridade penal: fuga à responsabilidade social

A abertura do debate em torno da redução da maioridade penal, no esforço de entender o avanço da violência, acaba de ser defendida pelo então governador Cid Gomes. Em sentido contrário, posicionou-se, nesta terça feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de Mello. A divisão de opiniões estende-se à sociedade brasileira, envolvendo, no seu bojo, tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos.
            Não é um problema fácil de ser resolvido, pois diz respeito a causas profundas geradoras da criminalidade juvenil, cuja solução definitiva exigiria um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais compatíveis com o objetivo visado: a extirpação das raízes geradoras da violência perpetrada por menores, e da produzida contra eles.
A dificuldade está no fato de a sociedade não suportar mais o agravamento a que chegou essa anomalia social, cuja tradução é o desassossego, a insegurança e a exposição a todo tipo de barbaridade criminosa. Frente a isso, é fácil compreender que seja levada a defender soluções simplistas que, longe de conter o problema, produziriam um retorno ainda mais violento.
Aceitemos - para argumentar - a redução da maioridade penal para 16 anos: inevitavelmente, o crime organizado lançaria mão de meninos de 14, 12 ou oito anos de idade. E isso já é uma realidade. Ademais, se forem levados para as prisões, através de penas privativas de liberdade, voltarão ainda piores, pois os atuais presídios são escolas de crime. Eles não poderão ficar presos ad aeternum (para sempre). Terão de sair de lá um dia. E, aí, teremos um criminoso ainda mais brutalizado e violento. Será a prova de que a sociedade terá desistido de recuperar esses jovens e aos bons frutos que poderiam produzir.
Os centros socioeducativos destinados à aplicação das penas restritivas de liberdade determinadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aos menores infratores pouco diferem dos presídios convencionais: aperfeiçoa-os na via do crime e os brutaliza, sendo a demonstração clara da insensibilidade de uma sociedade que se recusa a pagar o preço exigido para salvar esses jovens: maior distribuição da riqueza, por meio de reformas sociais que obriguem alguns segmentos a abrir mão de ganhar demais, para que todos saiam ganhando.
JORNAL O POVO, 26/03/2014.

01. O texto em análise corresponde ao gênero textual
A) Notícia.
B) Reportagem.
C) Carta aberta
D) Artigo de opinião.
E) Editorial.

02. No texto “Redução da menoridade penal: fuga à responsabilidade social”, a tipologia textual predominante em toda sua extensão é
A) argumentativa
B) descritiva
C) expositiva
D) injuntiva
E) narrativa

03. Os gêneros textuais desempenham diferentes funções comunicativas na sociedade. Sabendo disso, pode-se afirmar que o texto em estudo tem como função primordial
A) possibilitar ao cidadão comum expressar a sua opinião sobre os problemas em destaque no país.
B) expressar a opinião da empresa jornalística sobre algum problema que está em pauta no momento.
C) explicar com detalhes algum problema que está polêmico que está afligindo a população.
D) narrar histórias que comprovam a opinião defendida pelo autor do editorial.
E) manifestar opiniões diversas sobre um mesmo assunto para confrontar pensamentos divergentes.

04. O ponto de vista defendido no texto é
A) a favor da redução da maioridade, porque assim os índices de criminalidade vão diminuir.
B) não há um ponto de vista claro no texto, pois se ressaltam tanto aspectos positivos como negativos da redução da maioridade penal.
C) contra a redução da maioridade, pois os problemas geradores da violência são bem mais profundos e precisam de ações que visem ao bem-estar da população.
D) a favor da redução da maioridade, pois os adolescentes são os maiores responsáveis pelos crimes considerados graves, como assassinato.
E) contra a redução da maioridade, porque os jovens não podem assumir a culpa por seus atos, já que são influenciados por pessoas maiores de idade.

05. Para defender um ponto de vista, deve-se fazer uso de argumentos convincentes. Sabendo disso, indique os argumentos utilizados no texto que ajudam a construir a defesa do ponto de vista adotado.
I. “A divisão de opiniões estende-se à sociedade brasileira, envolvendo, no seu bojo, tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos”.
II. “Não é um problema fácil de ser resolvido, pois diz respeito a causas profundas geradoras da criminalidade juvenil...”
III. “Uma solução definitiva exigiria um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais compatíveis com o objetivo visado...”
IV. “A sociedade não suporta mais o agravamento a que chegou essa anomalia social cuja tradução é o desassossego, a insegurança e a exposição a todo tipo de barbaridade criminosa”.
V. “Aceitemos - para argumentar - a redução da maioridade penal para 16 anos: inevitavelmente, o crime organizado lançaria mão de meninos de 14, 12 ou oito anos de idade”.

A) Estão corretos os itens I, II e IV.
B) Estão corretos os itens II, III e V.
S) Estão corretos os itens II, IV e V.
D) Estão corretos os itens I, III e V.
E) Estão corretos os itens III, IV e V.

06. A TESE (ideia principal) que é defendida claramente ao longo do texto é a de que
A) é preciso abrir um debate na sociedade em torno da redução da maioridade penal.
B) as opiniões se dividem no tocante à redução da maioridade, envolvendo tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos.
C) a dificuldade está no fato de a sociedade não suportar mais o agravamento a que chegou essa anomalia social.
D) há causas profundas geradoras da criminalidade juvenil que exigiriam um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais justos e iguais para todos.
E) os centros socioeducativos destinados à aplicação das penas restritivas de liberdade aos menores infratores pouco diferem dos presídios convencionais.

07. Em “Ademais, se forem levados para as prisões, através de penas privativas de liberdade, voltarão ainda piores...”, a conjunção destacada tem no texto a função de
A) concluir o pensamento defendido anteriormente.
B) acrescentar uma informação para dar mais credibilidade ao texto.
C) contrapor o argumento citado anteriormente no texto.
D) acrescentar um argumento novo para defender a tese.
E) explicar uma afirmação anterior que não tinha ficado bem esclarecida.



 Disponível em http://www.ivancabral.com/2015/04/charge-do-dia-reducao-da-maioridade.html. Acesso em 09/10¹2017, às 08:09.

08. Ao dizer “vejam o lado positivo”, o personagem da charge utilizou
A) uma estratégia de textos narrativos.
B) uma estratégia de textos descritvos.
C) uma estratégia de textos expositivos.
D) uma estratégia de textos injuntivos.
E) uma estratégia de textos argumentativos.

09. Ao analisar a frase dita pelo personagem, percebe-se uma contradição na ideia defendida porque
A) os jovens são delinquentes e infrigem as regras.
B) os jovens deveriam estar nas escolas e não nos presídios.
C) os presídios ficarão superlotados com a redução da maioridade.
D) não deveria sobrar vagas nas escolas.
E) a redução da maioridade dificilmente reduzirá a violência.

10. O sinal de dois pontos (:) na frase “vejam o lado positivo:foi empregado para
A) indicar uma citação.
B) indicar uma enumeração.
C) esclarecer uma afirmação.
D) apresentar um exemplo.
E) introduzir um aposto.




GABARITO: 01. E; 02. A; 03. B; 04. C; 05. B; 06. D; 07. D; 08. E; 09. B; 10. C

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

MODELO DE REDAÇÃO ESTILO ENEM (5) - TEMA: A IMPORTÂNCIA DOS VALORES ÉTICOS PARA O DESENVOLVIMENTO NA NAÇÃO

Olá, galera! Hoje compartilho com vocês um modelo de redação estilo Enem sobre um tema postado aqui no blog, em 11 de julho deste ano, que trata da IMPORTÂNCIA DOS VALORES ÉTICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA NAÇÃO - Proposta de Redação 32 - acessível pelo link https://decifrandotextosecontextos.blogspot.com.br/2017/07/.

Para iniciar a nossa conversa, é necessário destacar que o primeiro passo para desenvolver um bom texto dissertativo-argumentativo é a correta interpretação do tema proposto. 
Normalmente, verifico em minhas aulas que muitos estudantes tendem a selecionar algumas palavras que eles consideram principais do tema para desenvolver o seu texto, ou fazem interpretação equivocada sobre o problema principal que deveria ser abordado. 
Ao aplicar a redação em sala sobre o tema A IMPORTÂNCIA DOS VALORES ÉTICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA NAÇÃO, percebi que muitos, mas muitos mesmos, dos meus alunos dedicaram o seu texto a falar da corrupção, como se esse fosse o único problema ético que enfrentamos, outros falaram dos valores éticos, porém deixaram de comentar da importância desses valores para o desenvolvimento da nação. 
Abordagens equivocadas do tema podem levar o candidato a tirar nota ZERO na redação por FUGA AO TEMA ou, caso haja uma abordagem incompleta da temática proposta, o candidato pode perder muitos pontos por TANGENCIAMENTO, uma espécie de FUGA PARCIAL DO TEMA.
Portanto, ressalto mais uma vez aqui no blog que devemos ter muito cuidado e atenção ao ler a proposta de redação da prova do Enem, pois um dos principais aspectos avaliados é a correta e completa abordagem do tema, a fim de que vocês possam garantir uma nota alta nessa prova.

Professora Suziane Brasil


MODELO DE REDAÇÃO ESTILO ENEM
TEMA: A IMPORTÂNCIA DOS VALORES ÉTICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA NAÇÃO
Para o filósofo espanhol contemporâneo Fernando Savater, “todos os seres humanos agem buscando sua própria felicidade e, portanto, a ética deveria ser uma ferramenta para tornar a felicidade possível para o maior número de pessoas”, isto é, partindo desse princípio defendido por Savater, entende-se que a ética é um fator essencial para a construção de uma nação que visa ao bem coletivo e não apenas a interesses mesquinhos e individualistas, como, infelizmente, constatamos no comportamento de muitos brasileiros, desde políticos a cidadãos comuns. Nessa vereda, destaca-se que a formação de valores éticos é imprescindível a todos os indivíduos que compõem uma sociedade para que ainda possa haver um resquício de esperança de se viver em um país mais justo e íntegro.
Nesse panorama conflituoso de valores do mundo hodierno, uma sociedade que se vangloria de praticar ações corruptas, desonestas e oportunistas, como se isso fosse sinal de esperteza, de sabedoria, com certeza, vive uma crise em seus valores éticos, pois, em nome de sorrateiros interesses, perde-se toda e qualquer dignidade, honestidade, integridade, inclusive, a própria vergonha que, muitas vezes, ainda nos impede de praticar atos ilícitos. Assim como o personagem Fernando Seixas, no livro Senhora, de José de Alencar, não se envergonha de descumprir covardemente sua promessa de casamento com Aurélia para casar-se com Adelaide por dinheiro e status social, uma parcela significativa da população brasileira também adota esse mesmo comportamento individualista e mesquinho, diante de situações da vida cotidiana e política no Brasil.
Em acréscimo, sobreleva notar que, para o desenvolvimento de uma nação, a questão ética é essencial e deve fazer parte do corpo social que compõe todas as esferas de atuação humana, como família, escola, igreja, trabalho e, impreterivelmente, a política. Necessita-se reconhecer, portanto, que a ética deve almejar sempre o bem – estar coletivo e não o individual, assim como defende o filósofo Fernando Savater, pois somente, quando os valores éticos se tornarem intrínsecos ao comportamento do brasileiro, presenciar-se-á a construção de uma sociedade mais justa e íntegra para todos; de uma sociedade que será capaz de indignar-se diante de um caso de corrupção, por exemplo, não porque não pode usufruir também dos desvios de dinheiro, mas porque reconhece que tal ato é ilícito e prejudica todos os cidadãos do país.
Face às considerações aduzidas, confirma-se a ideia da urgente mudança de comportamento da sociedade em relação à formação dos valores éticos de seus constituintes para o pleno desenvolvimento da nação. Para atingir esse propósito, destaca-se a importância de os pais ensinarem aos seus filhos, por meio de atitudes concretas no dia a dia, que todo cidadão deve cultivar padrões éticos, a fim de que ações corruptas e desonestas possam ser minadas do corpo social. Ademais, ressalta-se ainda que a escola, como meio formador de conhecimento e comportamento, deve desenvolver projetos pedagógicos que despertem nos alunos a consciência do bem comum, da coletividade, por meio de ações sociais em prol da comunidade, para que todos os envolvidos possam praticar o altruísmo e não o individualismo, evitando agir como o personagem Fernando Seixas, no livro Senhora.

Autora: Professora Suziane Brasil

terça-feira, 3 de outubro de 2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM (34) - USO COMPULSIVO DE CELULARES



PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em NORMA PADRÃO da língua portuguesa sobre o tema “O USO COMPULSIVO DE CELULARES E SUAS IMPLICAÇÕES NO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

TEXTO I:
SAÚDE 14/09/2016
Uso compulsivo de celular será discutido em encontro de psiquiatria

Há pessoas que podem entrar num estado de ansiedade e angústia quando estão sem o celular ou a bateria dele está no fim. A nomofobia é um termo recente relacionado ao uso compulsivo da Internet. Esse será um dos temas abordados na 38ª Jornada Cearense de Psiquiatria, que ocorrerá de amanhã a sábado, 17, no Hotel Sonata de Iracema, na Praia de Iracema.
O nome vem da junção das palavras no, mobile e phobia, ou seja, a fobia de permanecer sem conexão móvel. “A nomofobia é um transtorno secundário associado a outros primários, como ansiedade e transtorno de pânico”, cita Antônio Martins, pós-graduando em Terapia Cognitivo-comportamental.
Psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e uma das palestrantes sobre Mídias Sociais e Saúde Mental no evento, Tatiana Pinho explica que o problema pode estar ligado a transtorno de ansiedade e depressão e prejudicar relações sociais e profissionais. “Esse fenômeno é novo e ainda está começando a ser estudado, mas isso deixa de ser um hábito comum quando começa a prejudicar as atividades e as relações interpessoais”, esclarece.

Diminuição drástica do tempo e da qualidade de sono, negligência nos contatos sociais, como família e amigos, queda de desempenho no trabalho e estudos são algumas das consequências da compulsão.
De acordo com a especialista, pessoas que sofrem de nomofobia deixam o celular ligado 24 horas por dia e enfrentam sintomas de abstinência quando estão sem o aparelho. Medo, ansiedade e estresse ao pensar em sair sem celular são indícios da dependência. Os sintomas podem levar a outros efeitos colaterais, como tremores, sudorese, tontura, dificuldade em respirar, náuseas, dor no peito, aceleração da frequência cardíaca. (...)
 (Ana Rute Ramires/Especial para O POVO)

TEXTO II:
 


Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/350717889708629220/ Acesso em: 04/04/2017, às 17: 16.

TEXTO III:
Pessoas que não conseguem ficar sem celular podem sofrer ansiedade típica da modernidade; 35% dos brasileiros mexem no celular a cada dez minutos
(...) Exagero
No ano passado, um instalador de ar-condicionado reagiu a um assalto, em Vitória, capital de Espírito Santo, e tirou uma selfie, acompanhado do assaltante. Em testemunho o rapaz afirmou que estava andando pela rua quando foi abordado pelo homem, que estava em cima de uma bicicleta, que o mandou entregar o celular. Após negar duas vezes a condição imposta, o jovem empurrou a bicicleta do homem, que ao tentar correr caiu na calçada, o imobilizou com uma chave de braço e tirou a foto enquanto a polícia chegava ao local.
Selfie no México
Óscar Otero Aguilar, um jovem mexicano de 21 anos, morreu no meio do ano passado quando tentou fazer uma selfie para postar na rede social Facebook. O rapaz tentou fazer uma foto em que apontava uma das armas que possuía para sua cabeça, porém Óscar estava embriagado e acidentalmente puxou o gatilho da arma invés de tirar a foto. Segundo a revista “Excelsior” quando os policiais chegaram ao local chamaram de imediato os paramédicos que confirmaram a morte imediata do rapaz.