quinta-feira, 19 de outubro de 2017

ATIVIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO - GÊNERO TEXTUAL: EDITORIAL

Redução da menoridade penal: fuga à responsabilidade social

A abertura do debate em torno da redução da maioridade penal, no esforço de entender o avanço da violência, acaba de ser defendida pelo então governador Cid Gomes. Em sentido contrário, posicionou-se, nesta terça feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de Mello. A divisão de opiniões estende-se à sociedade brasileira, envolvendo, no seu bojo, tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos.
            Não é um problema fácil de ser resolvido, pois diz respeito a causas profundas geradoras da criminalidade juvenil, cuja solução definitiva exigiria um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais compatíveis com o objetivo visado: a extirpação das raízes geradoras da violência perpetrada por menores, e da produzida contra eles.
A dificuldade está no fato de a sociedade não suportar mais o agravamento a que chegou essa anomalia social, cuja tradução é o desassossego, a insegurança e a exposição a todo tipo de barbaridade criminosa. Frente a isso, é fácil compreender que seja levada a defender soluções simplistas que, longe de conter o problema, produziriam um retorno ainda mais violento.
Aceitemos - para argumentar - a redução da maioridade penal para 16 anos: inevitavelmente, o crime organizado lançaria mão de meninos de 14, 12 ou oito anos de idade. E isso já é uma realidade. Ademais, se forem levados para as prisões, através de penas privativas de liberdade, voltarão ainda piores, pois os atuais presídios são escolas de crime. Eles não poderão ficar presos ad aeternum (para sempre). Terão de sair de lá um dia. E, aí, teremos um criminoso ainda mais brutalizado e violento. Será a prova de que a sociedade terá desistido de recuperar esses jovens e aos bons frutos que poderiam produzir.
Os centros socioeducativos destinados à aplicação das penas restritivas de liberdade determinadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aos menores infratores pouco diferem dos presídios convencionais: aperfeiçoa-os na via do crime e os brutaliza, sendo a demonstração clara da insensibilidade de uma sociedade que se recusa a pagar o preço exigido para salvar esses jovens: maior distribuição da riqueza, por meio de reformas sociais que obriguem alguns segmentos a abrir mão de ganhar demais, para que todos saiam ganhando.
JORNAL O POVO, 26/03/2014.

01. O texto em análise corresponde ao gênero textual
A) Notícia.
B) Reportagem.
C) Carta aberta
D) Artigo de opinião.
E) Editorial.

02. No texto “Redução da menoridade penal: fuga à responsabilidade social”, a tipologia textual predominante em toda sua extensão é
A) argumentativa
B) descritiva
C) expositiva
D) injuntiva
E) narrativa

03. Os gêneros textuais desempenham diferentes funções comunicativas na sociedade. Sabendo disso, pode-se afirmar que o texto em estudo tem como função primordial
A) possibilitar ao cidadão comum expressar a sua opinião sobre os problemas em destaque no país.
B) expressar a opinião da empresa jornalística sobre algum problema que está em pauta no momento.
C) explicar com detalhes algum problema que está polêmico que está afligindo a população.
D) narrar histórias que comprovam a opinião defendida pelo autor do editorial.
E) manifestar opiniões diversas sobre um mesmo assunto para confrontar pensamentos divergentes.

04. O ponto de vista defendido no texto é
A) a favor da redução da maioridade, porque assim os índices de criminalidade vão diminuir.
B) não há um ponto de vista claro no texto, pois se ressaltam tanto aspectos positivos como negativos da redução da maioridade penal.
C) contra a redução da maioridade, pois os problemas geradores da violência são bem mais profundos e precisam de ações que visem ao bem-estar da população.
D) a favor da redução da maioridade, pois os adolescentes são os maiores responsáveis pelos crimes considerados graves, como assassinato.
E) contra a redução da maioridade, porque os jovens não podem assumir a culpa por seus atos, já que são influenciados por pessoas maiores de idade.

05. Para defender um ponto de vista, deve-se fazer uso de argumentos convincentes. Sabendo disso, indique os argumentos utilizados no texto que ajudam a construir a defesa do ponto de vista adotado.
I. “A divisão de opiniões estende-se à sociedade brasileira, envolvendo, no seu bojo, tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos”.
II. “Não é um problema fácil de ser resolvido, pois diz respeito a causas profundas geradoras da criminalidade juvenil...”
III. “Uma solução definitiva exigiria um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais compatíveis com o objetivo visado...”
IV. “A sociedade não suporta mais o agravamento a que chegou essa anomalia social cuja tradução é o desassossego, a insegurança e a exposição a todo tipo de barbaridade criminosa”.
V. “Aceitemos - para argumentar - a redução da maioridade penal para 16 anos: inevitavelmente, o crime organizado lançaria mão de meninos de 14, 12 ou oito anos de idade”.

A) Estão corretos os itens I, II e IV.
B) Estão corretos os itens II, III e V.
S) Estão corretos os itens II, IV e V.
D) Estão corretos os itens I, III e V.
E) Estão corretos os itens III, IV e V.

06. A TESE (ideia principal) que é defendida claramente ao longo do texto é a de que
A) é preciso abrir um debate na sociedade em torno da redução da maioridade penal.
B) as opiniões se dividem no tocante à redução da maioridade, envolvendo tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos.
C) a dificuldade está no fato de a sociedade não suportar mais o agravamento a que chegou essa anomalia social.
D) há causas profundas geradoras da criminalidade juvenil que exigiriam um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais justos e iguais para todos.
E) os centros socioeducativos destinados à aplicação das penas restritivas de liberdade aos menores infratores pouco diferem dos presídios convencionais.

07. Em “Ademais, se forem levados para as prisões, através de penas privativas de liberdade, voltarão ainda piores...”, a conjunção destacada tem no texto a função de
A) concluir o pensamento defendido anteriormente.
B) acrescentar uma informação para dar mais credibilidade ao texto.
C) contrapor o argumento citado anteriormente no texto.
D) acrescentar um argumento novo para defender a tese.
E) explicar uma afirmação anterior que não tinha ficado bem esclarecida.



 Disponível em http://www.ivancabral.com/2015/04/charge-do-dia-reducao-da-maioridade.html. Acesso em 09/10¹2017, às 08:09.

08. Ao dizer “vejam o lado positivo”, o personagem da charge utilizou
A) uma estratégia de textos narrativos.
B) uma estratégia de textos descritvos.
C) uma estratégia de textos expositivos.
D) uma estratégia de textos injuntivos.
E) uma estratégia de textos argumentativos.

09. Ao analisar a frase dita pelo personagem, percebe-se uma contradição na ideia defendida porque
A) os jovens são delinquentes e infrigem as regras.
B) os jovens deveriam estar nas escolas e não nos presídios.
C) os presídios ficarão superlotados com a redução da maioridade.
D) não deveria sobrar vagas nas escolas.
E) a redução da maioridade dificilmente reduzirá a violência.

10. O sinal de dois pontos (:) na frase “vejam o lado positivo:foi empregado para
A) indicar uma citação.
B) indicar uma enumeração.
C) esclarecer uma afirmação.
D) apresentar um exemplo.
E) introduzir um aposto.




GABARITO: 01. E; 02. A; 03. B; 04. C; 05. B; 06. D; 07. D; 08. E; 09. B; 10. C

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