Galera, no dia 25 de setembro, postei no blog uma proposta de redação sobre a "Questão do preconceito linguístico no Brasil". Esse tema é quentíssimo para o Enem 2018! Não deixem de conferir a proposta completa aqui no blog!
Agora, postei uma redação modelo feita por mim para ajudar aqueles que ainda têm dificuldade em escrever sobre esse tema!
REDAÇÃO
MODELO – PROFESSORA SUZIANE
TEMA:
A QUESTÃO DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO BRASIL
Desde
a colonização do Brasil, quando os portugueses impuseram o idioma português aos índios e aos negros, colocaram-no como o único correto e prestigiado
para as pessoas se comunicarem adequadamente. As línguas indígenas e as dos negros trazidos da África eram
consideradas inferiores e, por isso,
deviam ser eliminadas do processo de comunicação interpessoal no Brasil. Desse modo, observa-se que a ideia de
uma língua detentora de mais prestígio do que outras permanece até hoje na
sociedade, gerando um preconceito descabido
contra as formas de falar diferentes do padrão culto formal ensinado nas
escolas e defendido por boa parte dos gramáticos.
Prefacialmente, cumpre informar que a concepção de
“certo x errado” nas línguas surgiu na Grécia antiga, quando os gregos, ao
estudarem os textos clássicos, acharam por bem considerar correto só o que
estivesse de acordo com os clássicos e vice-versa. No Brasil, esse pensamento
perdurou até o início século XX, quando as regras gramaticais eram criadas
conforme o uso que era feito no português de Portugal e nas obras clássicas da
literatura. Dessa forma, percebe-se
que as obras dos grandes escritores ditaram as normas linguísticas, mesmo
que a população já não as usasse
mais no seu dia a dia para se comunicar ou as usasse de outra forma, diferente
daquela considerada correta e ideal, o que acaba, por vezes, gerando um
preconceito linguístico que se estende à questão cultural e social, visto que muitos que não utilizam o
padrão culto da língua apresentam baixa escolaridade ou pertencem a grupos
marginalizados na sociedade.
Outrossim, segundo o sociólogo Max Weber, “uma atitude
hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser
classificada como preconceito”. Então,
partindo desse princípio, pode-se
afirmar que a própria mídia incentiva o preconceito linguístico, quando destaca
em filmes ou novelas, por exemplo, a
fala nordestina como algo caricatural, engraçado e errado, estimulando no
público um comportamento de rejeição e de deboche em relação a modos de falar
diferentes daqueles que são valorizados nos telejornais e em programas que
exigem dos apresentadores uma linguagem sem sotaque e entonações específicas de
cada região do país.
Em suma, há de se perceber perfeitamente que o
preconceito linguístico está presente em nosso cotidiano de várias formas,
desde a escola até as mídias de modo geral. Desta feita, é fulcral que
as instituições educadoras atualizem o ensino de português, tomando como base teorias linguistas
mais modernas, a fim de mostrar às
crianças e aos jovens as diferentes maneiras de interagir verbalmente e, assim,
valorizar todas as formas de comunicação e cultura. Ademais, faz-se necessário que a mídia, principalmente a televisão,
procure colocar, em seus programas, profissionais que falem com sotaques
diferentes, sem exigir uma padronização, enaltecendo
a riqueza e a variedade de linguagens presentes em todo território brasileiro para não estimular no público atitudes
hostis e ofensivas, conforme
destacou Max Weber.
Professora Suziane Brasil Coelho
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