A partir da leitura dos textos
motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema “OS DESAFIOS DA PRESERVAÇÃO
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL NO BRASIL”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
TEXTO I
Opinião
Incêndio do Museu
Nacional é vitória da intolerância e morte do conhecimento
Felipe Milanezpublicado 03/09/2018
Mais de 12 horas de fogo consumiram
itens fundamentais da história do Brasil
Na noite de domingo, 2 de setembro, na
Quinta da Boa Vista, o cenário era de perplexidade diante da dimensão catastrófica do incêndio do Museu Nacional. A
polícia tentava barrar pessoas indignadas que vinham oferecer seus braços para
remediar a tragédia, alguns professores, estudantes e funcionários montaram
vigília e estavam lá estarrecidos ao verem seus trabalhos de vida ardendo em
chamas.
Bombeiros chegavam impotentes. Poucos
jatos de agua cortavam a fumaça caindo nas brasas, numa falta evidente de
planejamento para uma tragédia dessa dimensão que poderia ocorrer – descaso não
dos bombeiros que estavam lá trabalhando, mas daqueles que construíram de forma
objetiva a “falta de condições”.
Foi um domingo quente de sol no Rio,
já uns dias sem chover, o que contribuiu para deixar todo o ar mais inflamável.
Hidrantes estavam sem água. Há cada 20 minutos ou meia hora, chegava um
caminhão pipa com água, apressado. Na escuridão do breu da mata da Quinta,
reluzia ainda mais assustadora as chamas imensas que ganhavam um contorno mais
apocalíptico nesse cenário devastador.
(...) O fogo no Museu Nacional é uma
das maiores tragédias da humanidade - sim, muito além do Brasil -, é como a
queima da Biblioteca de Alexandria da história do Brasil, da história da fauna,
da flora, da história dos povos indígenas, da colonização... É uma destruição
de memórias, de livros, de peças, de artefatos, de áudios, de imagens, de
fósseis que sobreviveram a milhares de anos, de vidas inteiras dedicadas a
pesquisa, de conhecimento acumulado para a humanidade, um acervo imprescindível
para as futuras gerações. Mataram o conhecimento e, nesse sentido, provocaram
um epistemicídio.
Ainda que não exista até o momento a
determinação das causas do incêndio, certamente as condições para que ele
ocorresse de forma tão devastadoras é sim um crime. E ao mesmo tempo, reflexo
do País que nos tornamos, um país bruto, insensível, ignorante, desigual,
autoritário.
Cortes das bolsas, falta de
investimentos básicos. Se foi com Temer que ruiu o Museu, assim como tantos
outros espaços públicos estão sendo destruídos, é evidente que muito poderia
ter sido feito antes. Mas é difícil no país que se construiu, algum ministro ou
governante pensar em um projeto que deve levar mais de dez anos, como seriam
necessários para realizar verdadeiras obras no Museu Nacional.
O estrangulamento da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, os cortes seguidos do governo federal, o descaso, o
desdém não são apenas falta de interesse, mas sim “um projeto”, como já disse
Darcy Ribeiro. (...)
Destruir o Museu Nacional é uma
vitória da intolerância, do Brasil escravista e colonizador, talvez esses
alguns fantasmas que podem ter sido exumados pelo fogo e que estão vivendo tão
junto na nossa contemporaneidade.
Disponível em https://www.cartacapital.com.br/sociedade/incendio-do-museu-nacional-e-vitoria-da-intolerancia-e-morte-do-conhecimento.
Acesso em 03/09/18.
TEXTO II
Disponível em http://61-62-63.blogspot.com/2009/08/escrever-um-comentario-sobre-tirinha-da.html.
Acesso em 03/09/18.
TEXTO III
PROTEÇÃO
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL
Um
povo é conhecido e identificado quando se analisa e se compreende seus valores,
sua história e sua cultura. Para tanto, é consensual nos dias atuais, que é
função do Estado e um dever da sociedade proteger o patrimônio histórico
cultural, pois se trata da preservação da identidade de um povo.
Como se trata de
uma função do Estado e um dever da sociedade, a Constituição
Federal de 1988 coloca em seu artigo 5º, inciso LXXIII a
disposição de qualquer cidadão, a proteção do Patrimônio Histórico Cultural
através da propositura de uma Ação Popular:
Art. 5º Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
LXXIII - qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
Percebe-se daí, a importância dada, pela constituição à
proteção do Patrimônio Histórico Cultural. Além disso, a Magna Carta coloca a
competência dos entes políticos, a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios a proteção de documentos, obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, na medida em que inclui os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos, inclusive devendo ser impedidas as
destruições e descaracterizações de tais objetos, conforme o art. 23, III e IV.
Isso clareia a função dos entes políticos em tomar medidas administrativas e
políticas que venham a preservar e valorizar a cultura.
Disponível
em https://gabkiapine.jusbrasil.com.br/artigos/199082620/protecao-do-patrimonio-historico-e-cultural.
Acesso em 03/09/18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário