MODELO
DE TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
Dando continuidade ao nosso estudo sobre a redação do Enem, hoje compartilho com vocês mais um modelo de redação sobre o tema que postei na semana passada com dicas de repertório sociocultural. No modelo citado, deixo grifadas todas as estratégias de composição textual utilizadas para a produção desse texto.
TEMA:
A IMPUNIDADE NO BRASIL E A “JUSTIÇA” COM AS PRÓPRIAS MÃOS
Na contemporaneidade, presencia-se
rotineiramente, em todo Brasil, casos de vingança popular que, muitas vezes,
culminam com o espancamento e/ou o assassinato de possíveis suspeitos de crimes
diversos, que vão desde roubo de celulares a estupros. Essa reação da população
é inflamada pela sensação de impunidade que muitos têm com relação à punição
dos criminosos que, em alguns casos, não existe e, em outros, parece não ser
aplicada a contento. (*Apresentação
do tema e apanhado geral sobre o assunto com considerações sobre a situação
atual) Apesar da insatisfação da população com a Justiça,
acredita-se que a “justiça” com as próprias mãos amplia ainda mais a violência,
instaura na sociedade a barbárie e ameaça o estado democrático de direito. (*TESE – pensamento que vai ser
defendido ao longo do texto)
Nesse sentido, sabe-se que esse
sentimento de impunidade no Brasil é antigo. Há relatos históricos de que o rei
Dom João III, nas primeiras décadas de 1500, aplicou a política do perdão, como
incentivo ao povoamento da nova terra. (*Argumento pautado em
referência histórica – repertório sociocultural) Hoje, não se pode
negar que muito foi feito para aprimorar o direito penal, todavia algumas
deficiências ainda são constatadas na legislação e na qualidade das
investigações policiais. (*Comparação com a
situação atual) A
punibilidade pelo Estado é moderada e amarrada por diversos princípios que
visam garantir, a todos os cidadãos, o Estado democrático de direito, a
dignidade da pessoa humana, a presunção da inocência e o direito de defesa. (*Comentário explicativo sobre o que foi mencionado antes)
Essas conquistas precisam ser respeitadas para que não se corra o risco de
punir um inocente e de cultivar uma violência descomunal de todos contra todo
mundo. (*Opinião que reforça a tese e deixa
mais marcada a autoria)
De acordo com o filósofo inglês Thomas Hobbes, o
homem é o lobo do homem, isto é, o ser humano é o seu próprio e pior predador. (*Repertório filosófico que está relacionado com os
comentários que virão depois) A “justiça” aplicada pelo povo
diretamente não comporta princípios e leis, pois o que move essas pessoas é o
desejo de vingança, é o ódio que corre nas veias. (*Explicação
sobre a atitude praticada pela população) Entretanto, muitas vezes, esquecem
que tal “justiça” pode ser praticada também pelos parentes e amigos daqueles
que foram espancados e mortos, sem o devido julgamento. (*Contra-argumento
que retoma a tese defendida) Se atitudes vingativas e insanas forem
alimentadas, viveremos mais uma vez a seleção natural de Darwin, em que sobreviverá
aquele que for mais forte e capaz de se adaptar ao meio, no caso em questão,
aquele que for capaz de torturar e matar mais. (*Opinião
sobre o argumento citado anteriormente, com utilização repertório científico)
Com certeza, não será assim que a verdadeira justiça irá existir e a paz social
estará presente no cotidiano do povo brasileiro. (*Opinião
que reforça a tese e deixa mais marcada a autoria)
Por fim, compreende-se aqui que o “justiçamento”
popular nem sempre espera a defesa e as provas de culpabilidade, por isso não
pode ser considerado justiça. (*Confirmação da opinião defendida na TESE) Para minimizar essa sensação de impunidade que o
brasileiro sente, é necessário que o código penal brasileiro seja reavaliado e reformulado
pelos legisladores, a fim de que o Judiciário possa julgar mais adequadamente
todos os tipos de criminosos. (* 1ªSolução detalhada para o problema da
sensação de impunidade) Além
disso, é crucial que os governos estaduais invistam mais na polícia civil, para
que os agentes possam ter condições reais de investigação e, assim, mais crimes
possam ser solucionados e os suspeitos encaminhados à justiça. (*
2ªSolução detalhada para o problema da sensação de impunidade)
RESUMO DA ESTRUTURA DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVA
UTILIZADA NESSA REDAÇÃO
1º
Parágrafo:
-
Apresentação do tema e apanhado geral sobre o
assunto com considerações sobre a situação atual.
- TESE –
pensamento que vai ser defendido ao longo do texto.
2º
Parágrafo:
-
Argumento pautado em referência histórica – caracteriza repertório sociocultural.
- Comparação
entre o período histórico citado e a situação atual da justiça.
- Comentário
explicativo sobre o que foi mencionado antes.
- Opinião
que reforça a tese e deixa mais marcada a AUTORIA.
3º
Parágrafo:
-
Repertório filosófico que está
relacionado com os comentários que virão depois.
- Explicação
sobre a atitude praticada pela população, exemplificando repertório filosófico
citado.
- Contra-argumento
que retoma a tese defendida.
- Opinião
sobre o argumento citado anteriormente, com utilização repertório científico.
- Explicação sobre o 2º argumento desse parágrafo,
fortalecendo o pensamento defendido.
- Opinião
que reforça a tese e deixa mais marcada a AUTORIA.
4º Parágrafo:
- Confirmação da opinião defendida na TESE.
- 1ª Solução detalhada para o problema da sensação
de impunidade.
- 2ª Solução detalhada para o problema da sensação
de impunidade.
Sugestão de detalhamento das intervenções:
- Quem vai fazer?
- O que vai fazer?
- Como vai fazer?
- Por que vai fazer?
e/ou Para que vai fazer?
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