ATIVIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DO POEMA TEMOR, DE RAIMUNDO CORREIA
Poema: TEMOR
Esses
momentos breves
De ventura,
e em que um raio doce aclara
Um trecho à
tua tenebrosa vida:
Saboreá-los
deves,
Esses
momentos de fugaz ventura.
– Esta é
como esquisita fruta rara,
Por muito
rara, muito apetecida;
Fruta, cujo
sainete pouco dura,
Saboreada
com vagar, embora;
Deleita o
gosto, assim saboreada,
Porém, sofregamente
devorada,
Mata às
vezes o louco que a devora!
Que o teu
lábio sorria
Enquanto a
dor sopita não desperta,
Nem vem do
íntimo gozo que cala
Discreto e
receoso,
Nenhum
rumor alegre despertá-la.
Como um
vinho acre-doce, da alegria
Ao saibo às
vezes mescla-se o amargoso
De uma
tristeza incerta
E vaga...
Aos tristes disfarçá-las custa;
Pois, por
um só prazer, mesquinho e raro,
A
desventura cobra-se tão caro,
Que aos
tristes o menor prazer assusta!
Raimundo Correia
01. No poema Temor, Correia explora uma aflição comum para muitas pessoas.
Que aflição é essa?
a) Medo da morte.
b) Medo da violência.
c) Medo de ser feliz.
d) Medo de ser traído.
e) Medo de decepções.
02. Quais afirmações podemos dizer que Raimundo Correia fez em seu
poema?
I. Os momentos felizes são raros, por isso devem ser aproveitados.
II. As pessoas não devem esperar por alegrias que nunca virão.
III. Os loucos são felizes por não terem consciência das coisas do
mundo.
IV. Momentos de alegria são sempre seguidos de momentos de tristeza.
V. As pessoas acostumadas com a tristeza temem a felicidade.
a) Estão corretos os itens I – II – V.
b) Estão corretos os itens II – III – V.
c) Estão corretos os itens I – III – IV.
d) Estão corretos os itens II – III – IV.
e) Estão corretos os itens I – IV – V.
03. Ao analisar a mensagem dos últimos quatro versos do poema, pode-se
afirmar, como verdadeiro, que
I. A sensação do prazer é algo pouco comum, difícil de sentir.
II. Por um momento de prazer, vale a pena perder a própria vida.
III. As pessoas tristes acham que não merecem ter sentimentos alegres.
IV. As pessoas tristes demonstram um certo receio em sentir prazer por
medo do que virá depois.
V. Os momentos de alegria e tristeza fazem parte da vida de todas as
pessoas.
a) Os itens I, II e V estão corretos.
b) Os itens I e IV estão corretos.
c) Os itens II, III e IV estão corretos.
d) Os itens II e IV estão corretos.
e) Os itens III e V estão corretos.
04. Ao dizer “Que o teu lábio sorria/ Enquanto a dor sopita não
desperta”, o poeta revela
a) que devemos aproveitar a vida, pois ela é muito curta para se perder
tempo.
b) que o sorriso é a nossa arma para evitar a dor e o sofrimento.
c) que momentos de alegria são seguidos de momentos de tristeza e de dor.
d) que os momentos de tristeza são constantes e impossibilitam
sentimentos alegres.
e) que as pessoas devem sorrir para lidar mais fácil com a vida e com as
dificuldades.
05. O escritor Raimundo Correia pertenceu oficialmente ao movimento
literário conhecido por:
a) Barroco
b) Arcadismo
c) Romantismo
d) Parnasianismo
e) Simbolismo
06. No poema de Raimundo Correia, a VENTURA se apresenta,
principalmente, como algo
a) efêmero.
b) eterno.
c) tenebroso.
d) envolvente.
e) malicioso.
07. No verso “Por muito rara, muito apetecida”,
o vocábulo em destaque apresenta o mesmo sentido de
a) depreciada.
b) desejada.
c) momentânea.
d) insignificante.
e) valorizada.
08. Na linguagem poética, a presença de figuras de linguagem colabora
para enriquecer a beleza da mensagem e despertar nos leitores sentimentos e
emoções únicas. Sabendo disso, ao observar os versos “...da alegria (1)/
Ao saibo (2) às vezes mescla-se o amargoso (2)/ De uma tristeza (1)
incerta...”, verifica-se que as expressões grifadas correspondem a quais figuras
de linguagem?
a) (1) Metáfora e (2) Sinestesia.
b) (1) Sinestesia e (2) Antítese.
c) (1) Perífrase e (2) Metáfora.
d) (1) Antítese e (2) Sinestesia.
e) (1) Paradoxo e (2) Perífrase.
09. Nos versos “Nenhum rumor alegre despertá-la./ Como
um vinho acre-doce, da alegria”, o poeta utilizou uma figura de linguagem
denominada
a) Metáfora.
b) Eufemismo.
c) Símile.
d) Metonímia.
e) Hipérbole.
10. O uso de conjunções é
essencial para que sejam estabelecidas no texto relações de sentido entre as orações
e, assim, possa ser construída a tessitura textual. Nos versos abaixo, Correia
fez uso das conjunções “embora” e “enquanto”, pois queria construir períodos
cuja relação semântica fosse, respectivamente, de
I. “Fruta, cujo sainete pouco dura,/Saboreada com vagar, embora;”
II. “Que o teu lábio sorria/Enquanto
a dor sopita não desperta,”
a) I – Concessão e II – Proporção.
b) I – Consequência e II – Tempo.
c) I – Adversidade e II – Proporção.
d) I – Consequência e II – Condição.
e) I – Concessão e II - Tempo.
GABARITO:
01. C; 02. E; 03. B; 04. C; 05. D; 06. A; 07. B; 08. D; 09. C; 10. E.
Nenhum comentário:
Postar um comentário