sexta-feira, 26 de junho de 2020

DICAS DE COMO ORGANIZAR A SUA REDAÇÃO - TEMA: DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA (PROPOSTA Nº 65)



PRIMEIROS PASSOS PARA COMEÇAR A PRODUZIR A SUA REDAÇÃO


1º PASSO: Compreender o TEMA

TEMA: “O DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA E SUAS IMPLICAÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS”

ATENÇÃO AOS TRÊS EIXOS TEMÁTICOS!


        Desmatamento da floresta Amazônica
        Implicações (consequências) sociais
        Implicações (consequências) ambientais

2º PASSO: Pense nas possíveis consequências do desmatamento

O desmatamento proporciona uma série de prejuízos ao meio ambiente. Dentre eles:
  • Perda da biodiversidade;
  •  Degradação do solo;
  • Redução da umidade do ar;
  • Aterramento de rios e lagos;
  • Desertificação;
  • Extinção de espécies de animais;
  • Liberação de gás carbônico originado das queimadas que pode tanto impossibilitar a precipitação normal da chuva quanto aumentar o efeito estufa;
  • Comprometimento do ecoturismo que também pode ser afetado com o desmatamento;
  • Comprometimento da sobrevivência da população ribeirinha e de tribos indígenas.


3º PASSO: MONTE O SEU PROJETO DE TEXTO (EXEMPLO)

        1º PARÁGRAFO: INTRODUÇÃO/TESE
        A tragédia do desmatamento coloca em risco a biodiversidade da floresta bem como a sobrevivência das tribos indígenas.

        2º Parágrafo: DESENVOLVIMENTO
        Consequência ambiental: Diminuição da biodiversidade da floresta

        3º Parágrafo: DESENVOLVIMENTO
        Consequência social: A sobrevivência das tribos indígenas

        4º Parágrafo: CONCLUSÃO/SOLUÇÃO
  1ª SOLUÇÃO: O Poder Legislativo tem de endurecer as leis para punir severamente os infratores.
       2ª SOLUÇÃO: A Polícia Federal e o IBAMA devem receber mais investimentos para coibir os crimes ambientais e proteger os índios.

4º PASSO: BUSQUE EM SEUS CONHECIMENTOS REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL

*REPERTÓRIO LEGAL (1º PARÁGRAFO)

Artigo 225 – Constituição Federal
Título VIII
Da Ordem Social
Capítulo VI
Do Meio Ambiente

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

*REPERTÓRIO MIDIÁTICO (2º PARÁGRAFO)

“De acordo com André Trigueiro, jornalista pós-graduado em gestão ambiental, de janeiro a maio, o número de multas aplicadas pelo Ibama por desmatamento ilegal foi o mais baixo em 11 anos. A queda foi de 34%. Em diferentes situações, a fiscalização vem sendo desprestigiada pelo governo. Em atendimento a um pedido do presidente Jair Bolsonaro, Ricardo Salles recriminou publicamente fiscais que destruíram equipamentos usados por criminosos para retirar madeira ilegal de uma Unidade de Conservação no Pará, apesar de um decreto federal autorizar esse procedimento em certas situações”. (Portal G1)


terça-feira, 23 de junho de 2020

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM - DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA (Nº65)


TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I
Desmatamento da Amazônia em abril de 2020 é o maior em dez anos
Segundo a Imazon, área florestal desmatada em abril foi de 529 km², equivalente ao município de Porto Alegre
19 de Maio de 2020

desmatamento da floresta amazônica aumentou 171% em abril deste ano com relação ao mesmo período de 2019, de acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que não é ligado ao governo. O desmatamento, o maior em dez anos no País, representa 529 km² de floresta derrubada, o que equivale aproximadamente ao território do município de Porto Alegre. (...)
Segundo Cristiane Mazzetti, uma das responsáveis pela Campanha da Amazônia da ONG Greenpeace, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) “implementou uma política antiambiental, que enfraqueceu órgãos de controle, seja reduzindo orçamento, seja afastando ou mudando posições estratégicas ou reduzindo o número de fiscalizações. Então, a capacidade de controlar o crime ambiental no Brasil ficou muito menor nesse governo”. (...)
Durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia foi maior em territórios com a presença de povos indígenas isolados, como comunidades Yanomami. Segundo dados oficiais do sistema Prodes (Inpe), o desmatamento nas Terras Indígenas em 2019 foi 80% maior em comparação com o ano de 2018. Já nos territórios com a presença de povos indígenas isolados o desmatamento aumentou em 113%.



TEXTO II


TEXTO III
Desmatamento na Amazônia: Quem são os responsáveis?
Guilherme Carvalho, coordenador do programa da FASE na Amazônia, falou sobre o processo histórico do desmatamento na Amazônia no canal da Mídia Ninja

“Quem são os responsáveis diretos pelo desmatamento?”, questiona Maurren. Guilherme responde explicando que há um consórcio que eles chamam de “consórcio do crime”. Esse “consórcio” envolve grileiros, milícia, contrabando, tráfico de drogas e pistolagem. “Esses grupos se associaram em torno da apropriação das terras da Amazônia, das terras públicas, e com isso fazem com que o desmatamento exploda. O próprio “dia do fogo” que ficou conhecido mundialmente, é isso. Esse setor do crime organizado, com diferentes segmentos, se associou para tacar fogo na floresta e ocupar essas terras”. Ele ressalta ainda que, no caso de algumas regiões como Santarém, o setor mobiliário, que quer transformar essas áreas em áreas de expansão de condomínios, também está envolvido nesse processo. (...)
A apresentadora ressalta ainda que no Brasil há mais de 220 milhões de hectares usados para a pecuária, sendo que 40% desse setor está na Amazônia. “Entre todos os tipos de vetores, (mineração, agronegócio, garimpo, hidrelétricas, ferrovias, rodovias) a pecuária é, historicamente, um importante vetor desse desmatamento. Além de todo o impacto ambiental e a destruição de áreas gigantescas da Amazônia que vem sendo usurpadas, não só áreas públicas, mas também áreas de comunidades através da grilagem, você tem no brasil, por conta disso, mais de 60 milhões de hectares de pasto degradado ou subutilizado. 60 milhões de hectares é o dobro da área do estado de São Paulo. Não tem como falar de desmatamento sem falar da pecuária”. (...)


TEXTO IV
15 pontos para entender os rumos da desastrosa política ambiental no governo Bolsonaro
(...)
3. Fim das Reservas Legais

Projeto de Lei do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) defende o fim das Reservas Legais – área protegida que não pode ser desmatada em propriedades rurais – alegando o "direito constitucional de propriedade". Ao apresentar o projeto, o filho do presidente criticou o que chamou de "ecologia radical, fundamentalista e irracional" que prejudicaria o desenvolvimento do país. Estudo feito pelo engenheiro agrônomo Gerd Sparovek, professor da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), indica que, se esse projeto for aprovado, a área desmatada poderia alcançar 167 milhões de hectares (maior que o estado do Amazonas). Isso equivale a 30% de toda a vegetação nativa do Brasil. Em uma nota técnica divulgada semana passada, 116 pesquisadores da Embrapa (de 31 institutos de pesquisa) também se manifestaram contra o projeto de Flávio Bolsonaro. Nem o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB/RS), apoia o projeto. Em entrevista ao Canal Rural, ele declarou o seguinte: "Nós, que passamos tanto tempo para construir o Código Florestal, certamente não queremos nenhuma ideia que seja radicalizada".




PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA E SUAS IMPLICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.




sexta-feira, 12 de junho de 2020

ANÁLISE/CORREÇÃO DE REDAÇÃO ESTILO ENEM



Para entender melhor como uma redação estilo Enem é avaliada, acompanhe a correção da redação a seguir.

TEMA: A QUESTÃO DO IDOSO NO BRASIL

REDAÇÃO
O idoso é a figura na sociedade que deve ser muito bem tratada, ficando atrás apenas dos bebês. Os anciãos merecem uma atenção e cuidados dobrados em relação a um adulto, pois são mais frágeis e têm a imunidade mais baixa.
          Um dos principais problemas em relação aos idosos é o abandono e a negligência aos seus direitos. Conforme a pesquisa do Ministério Público, no ano de 2017, no primeiro semestre, foram registrados 391 denúncias. Em 2018, no mesmo período, foram 350, um aumento de 11,7%.
          Além do abandono aos mais velhos, existe também a violência que, muitas vezes, tem relação com o dinheiro do tal. As agressões acontecem tanto de forma física como psicológica, gerando uma série de problemas e agravamento de doenças já existentes.
          Entretanto, a lei existe para a proteção dos mais velhos, a lei nº 10.741, de 2003, no artigo 4º, diz que nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão; e todo atentado aos seus direitos por ação ou omissão será punido na forma da lei.
          Em auxílio à terceira idade, o Governo deve fazer campanhas na mídia em forma de entretenimento com a finalidade de conscientizar o público sobre o direito dos idosos e suas necessidades, mostrando também os atos criminosos contra esse público.
Aluna Z

Competência 1 – NÍVEL 4 (160 pontos)
  • Linha 4 – Concordância Nominal -“Um dos principais problemas em relação aos idosos é o abandono e a negligência aos seus direitos”. No lugar de “um” deveria ter sido “alguns”, já que o autor citou dois problemas e não apenas um.
  • Linha 4 - Concordância Verbal - “Um dos principais problemas em relação aos idosos é o abandono e a negligência aos seus direitos”. O verbo no singular não concorda com os problemas citados (são).
  • Linha 6 – Concordância Nominal - “...foram registrados 391 denúncias”. – A forma nominal (registrados) deve concordar com o substantivo a que se refere (denúncias).
  • Linha 10 – Estrutura Sintática - “...a lei existe para a proteção dos mais velhos, a lei nº 10.741, de 2003, no artigo 4º, diz que nenhum idoso será objeto de qualquer tipo...” – No lugar da vírgula, deveria ter sido usado um ponto.

 Competência 2 – NÍVEL 3 (120 pontos)
  • Abordagem temática: Como o tema é bem amplo, o aluno poderia escolher vários problemas que estão relacionados com os idosos no Brasil. Portanto, pode-se afirmar que o autor abordou a problemática proposta, sem tangenciar nem fugir ao tema.
  • Texto dissertativo-argumentativo: Pode-se afirmar que o texto apresenta os requisitos mínimos que caracterizam a tipologia dissertativo-argumentativa, com Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, sem a interferência de outras tipologias.
  • Repertório Sociocultural: O texto não apresenta repertório sociocultural, pois as informações citadas na redação estavam presentes nos textos motivadores e essas não contam como repertório.

 Competência 3 – NÍVEL 2 (80 pontos)
  •        “O idoso é a figura na sociedade que deve ser muito bem tratada, ficando atrás apenas dos bebês.” – Esta afirmação não é muito apropriada, porque, em relação ao respeito e ao bom tratamento, todas as pessoas devem ser bem tratadas, então ninguém fica atrás de ninguém.
  •        Os dois problemas citados no início do 2º parágrafo (abandono e a negligência) não foram explicados neste parágrafo; não houve o desenvolvimento dessas ideias.
  •     Ao citar o número de denúncias, sem a devida explicação, não sabemos sobre quais crimes as denúncias foram feitas. (abandono, negligência, violência?)·     
  •   No trecho “no ano de 2017, no primeiro semestre, foram registrados 391 denúncias. Em 2018, no mesmo período, foram 350, um aumento de 11,7%”, percebemos um erro de interpretação dos dados, pois, se em 2017ocorreram 391 denúncias e em 2018 foram feitas 350, a quantidade diminuiu e, por isso, não pode haver um aumento de 11,7%.
  •  Além do abandono aos mais velhos, existe também a violência que, muitas vezes, tem relação com o dinheiro do tal”. – Essa afirmação também ficou pouco desenvolvida.  
  • No mesmo parágrafo, nota-se que foi feita uma afirmação (“As agressões acontecem tanto de forma física como psicológica, gerando uma série de problemas e agravamento de doenças já existentes”) que também não foi explicada, nem exemplificada.
  • No 4º parágrafo, a lei citada não teve função nenhuma, já que o parágrafo todo é composto só pela explicação da lei e não há nenhum comentário, nem argumento a ser defendido.
  •   Na conclusão, ao dizer “...o Governo deve fazer campanhas na mídia em forma de entretenimento...”,  não está clara essa ideia de entretenimento. Que forma de entretenimento é essa?
·       PROJETO DE TEXTO COM MUITAS FALHAS
·       ARGUMENTOS POUCO DESENVOLVIDOS.

Competência 4 – NÍVEL 3 (120 pontos)
  •       Percebe-se que o texto é composto por parágrafos relativamente curtos, com orações que não exigem muita articulação por meio de elementos coesivos.
  •      Linha 9 – Coesão - “Além do abandono aos mais velhos, existe também a violência que, muitas vezes, tem relação com o dinheiro do tal”. O pronome indefinido “tal” foi usado inadequadamente.
  •        Repetição da palavra “lei” no 4º parágrafo.
  • ·       Além disso, não existem operadores argumentativos interligando os parágrafos.
  •   Então, confirma-se que o autor articula as partes do texto de forma mediana e apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.

Competência 5 – NÍVEL 3 (120 pontos)
  • Na intervenção, observa-se a presença de três elementos:
  • Agente: Governo
  • Ação: fazer campanhas na mídia em forma de entretenimento
  • Finalidade: conscientizar o público sobre o direito dos idosos e suas necessidades

Obs. O trecho “...mostrando também os atos criminosos contra esse público” está relacionado com a finalidade e não pode ser considerado o modo de execução da ação.

TOTAL: 600

domingo, 7 de junho de 2020

PROPOSTA DE REDAÇÃO (Nº64) - FLEXIBILIZAÇÃO DA POSSE DE ARMAS


PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM – 2020

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

Projetos de Bolsonaro para flexibilizar acesso a armas favorecem crime, diz instituto
Segundo especialista, facilitar a compra via mercado legal, no fim, é abastecer o crime organizado
Erick Gimenes
Brasil de Fato | Brasília (DF) |13 de Fevereiro de 2020

A aprovação dos projetos de lei propostos pelo governo federal para facilitar o acesso a armas de fogo pode fortalecer o crime por vias legais, de acordo com o Instituto Sou da Paz.
No momento, duas propostas para alterar o Estatuto do Desarmamento tramitam no Legislativo: o PL 3.723/2019, aprovado na Câmara no fim do ano passado, e o PL 6.438/2019, apresentado em dezembro aos deputados e à espera de análise de comissões.
O primeiro projeto flexibiliza o acesso a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, os chamados CACs, permitindo inclusive o porte (o direito de andar armado). Além disso, libera a recarga de munição e revoga a necessidade de marcação de número de série em munições.
Já a segunda proposta possibilita a aquisição de até dez armas de fogo, além de munições e acessórios, a profissionais como agentes de trânsito, advogados, agentes de fiscalização ambiental e peritos criminais. 
Para o gerente de advocacy do Sou da Paz, Felippe Angeli, o aumento das possibilidades de compra de armas no mercado legal acaba, no fim, abastecendo o crime organizado.
“De pouco a pouco, você vê essa sanha da presidência da República de se criar, verdadeiramente, um faroeste aqui no Brasil. O problema maior é esse: não se trata de gostar ou não gostar de arma de fogo. É um fato. As armas de fogo que são utilizadas no crime têm na sua esmagadora maioria origem no mercado legal. As armas são desviadas dos ditos cidadãos de bem que compram para proteger sua família ou de seguranças privados que trabalham com isso e acabam perdendo”, comenta.


TEXTO II
Ibope: 73% são contra a flexibilização do porte de armas e 26% são a favor
37% dos brasileiros são favoráveis às novas regras para possuir arma de fogo em casa; 61% são contrários. Pesquisa foi feita entre 16 e 19 de março. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos.
Por G1 — Brasília - 03/06/2019 08h40

Uma pesquisa do Ibope realizada em março, após o primeiro decreto do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizou a posse de armas, diz que 73% dos entrevistados são contrários à flexibilização de porte para cidadãos comuns e 26% são favoráveis. 1% não souberam ou não responderam. O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa.
Os entrevistados também foram questionados sobre a posse de armas: 61% são contrários a mais facilidade para possuir arma em casa; 37% são favoráveis e 2% não souberam ou não responderam.
Em cinco meses de governo, Bolsonaro cumpriu promessa de campanha e editou três decretos sobre armas:

1º decreto: novas regras sobre posse (publicado em 15 de janeiro)
2º decreto: novas normas sobre porte e compra de munições (publicado em 8 de maio)
3º decreto: governo muda pontos que foram questionados na Justiça (publicado em 22 de maio)

A pesquisa do Ibope foi realizada entre 16 e 19 de março, antes de dois decretos editados pelo governo com foco no porte de armas. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 143 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.


TEXTO III

Flexibilizar posse de arma pode deixar mulheres mais vulneráveis em casa
Entre 2016 e 2017, 66% dos casos de morte de mulheres em São Paulo aconteceram na residência da vítima, segundo estudo do Ministério Público
Por Clara Cerioni - Publicado em: 19/01/2019

São Paulo — No Brasil, o lugar mais perigoso para uma mulher não são ruas ou becos escuros, mas suas próprias casas. É entre quatro paredes que acontece a maior parte dos casos de feminicídio registrados no país.
Essa infeliz realidade é comprovada por inúmeras pesquisas. Entre 2016 e 2017, 66% dos casos de morte de mulheres em São Paulo aconteceram na residência da vítima, segundo o estudo Raio-x do Feminicídio em São Paulo”, do Ministério Público.
Outro levantamento, da Central de Atendimento à Mulher, revelou que 72% das denúncias de agressão feitas via Disque 180 durante o ano de 2015, acusavam os homens com quem as vítimas mantinham ou mantiveram relação afetiva.
Mais um dado, do Instituto Sou da Paz, de 2016, mostra que 40% das vítimas mortas em domicílio naquele ano foram executadas por uma arma de fogo, mesmo com o Estatuto do Desarmamento, que limita a posse de armas dos brasileiros.
Nesta semana, a situação mudou: na terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que flexibilizou o Estatuto e liberou a posse de até quatro armas de fogo para todos os estados do Brasil dispensando a comprovação de “efetiva necessidade”.
As estatísticas e a decisão do governo federal geram dúvidas sobre como serão os próximos anos para as brasileiras que vivem no quinto país que mais mata mulheres do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
“De agora em diante? Precisaremos de atenção redobrada. Já vivemos em um lugar em que falta compromisso público para defender as mulheres de seus agressores. Com a liberação das armas, essa realidade vai aumentar”, afirma Maria da Penha, em entrevista a EXAME.



PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “AS CONSEQUÊNCIAS DA FLEXIBILIZAÇÃO DA POSSE DE ARMAS NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.