PROPOSTA
DE REDAÇÃO ESTILO ENEM – 2020
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
Projetos de Bolsonaro para flexibilizar acesso a armas favorecem crime,
diz instituto
Segundo especialista, facilitar a compra via
mercado legal, no fim, é abastecer o crime organizado
Erick Gimenes
Brasil de
Fato | Brasília (DF) |13 de
Fevereiro de 2020
A aprovação dos projetos de lei propostos pelo
governo federal para facilitar o acesso a armas de fogo pode fortalecer o crime
por vias legais, de acordo com o Instituto Sou da Paz.
No momento, duas
propostas para alterar o Estatuto do Desarmamento tramitam no Legislativo: o PL
3.723/2019, aprovado na Câmara no fim do ano passado, e o PL 6.438/2019,
apresentado em dezembro aos deputados e à espera de análise de comissões.
O primeiro projeto flexibiliza o acesso a
colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, os chamados CACs,
permitindo inclusive o porte (o direito de andar armado). Além disso, libera a
recarga de munição e revoga a necessidade de marcação de número de série em
munições.
Já a segunda proposta possibilita a aquisição de
até dez armas de fogo, além de munições e acessórios, a profissionais como
agentes de trânsito, advogados, agentes de fiscalização ambiental e peritos
criminais.
Para o gerente de advocacy do Sou
da Paz, Felippe Angeli, o aumento das possibilidades de compra de armas no
mercado legal acaba, no fim, abastecendo o crime organizado.
“De pouco a pouco, você vê essa sanha da
presidência da República de se criar, verdadeiramente, um faroeste aqui no
Brasil. O problema maior é esse: não se trata de gostar ou não gostar de arma
de fogo. É um fato. As armas de fogo que são utilizadas no crime têm na sua
esmagadora maioria origem no mercado legal. As armas são desviadas dos ditos
cidadãos de bem que compram para proteger sua família ou de seguranças privados
que trabalham com isso e acabam perdendo”, comenta.
TEXTO II
Ibope: 73% são contra a
flexibilização do porte de armas e 26% são a favor
37% dos
brasileiros são favoráveis às novas regras para possuir arma de fogo em casa;
61% são contrários. Pesquisa foi feita entre 16 e 19 de março. A margem de erro
é de 2 pontos para mais ou para menos.
Por G1 — Brasília - 03/06/2019
08h40
Uma pesquisa do
Ibope realizada em março, após o primeiro decreto do presidente Jair Bolsonaro
que flexibilizou a posse de armas,
diz que 73% dos entrevistados são contrários à
flexibilização de porte para cidadãos comuns e 26% são
favoráveis. 1% não souberam ou não responderam. O direito ao porte é a
autorização para transportar a arma fora de casa.
Os entrevistados
também foram questionados sobre a posse de armas: 61% são contrários a mais facilidade para possuir
arma em casa; 37% são favoráveis e 2% não
souberam ou não responderam.
Em cinco meses de governo, Bolsonaro cumpriu
promessa de campanha e editou três decretos sobre armas:
1º decreto:
novas regras sobre posse (publicado em 15 de janeiro)
2º decreto:
novas normas sobre porte e compra de munições (publicado em 8 de maio)
3º decreto:
governo muda pontos que foram questionados na Justiça (publicado em 22 de maio)
A pesquisa do
Ibope foi realizada entre 16 e 19 de março, antes de dois decretos editados
pelo governo com foco no porte de armas. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 143
municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
TEXTO III
Flexibilizar posse de arma pode deixar mulheres mais
vulneráveis em casa
Entre
2016 e 2017, 66% dos casos de morte de mulheres em São Paulo aconteceram na
residência da vítima, segundo estudo do Ministério Público
São Paulo — No Brasil, o lugar mais perigoso para
uma mulher não são ruas ou becos escuros, mas suas próprias casas. É entre
quatro paredes que acontece a maior parte dos casos de feminicídio registrados
no país.
Essa infeliz realidade é comprovada por inúmeras
pesquisas. Entre 2016 e 2017, 66% dos casos de morte de mulheres em São Paulo
aconteceram na residência da vítima, segundo o estudo “Raio-x do Feminicídio em São
Paulo”, do Ministério Público.
Outro levantamento, da Central
de Atendimento à Mulher, revelou que 72% das denúncias de agressão
feitas via Disque 180 durante o ano de 2015, acusavam os homens
com quem as vítimas mantinham ou mantiveram relação afetiva.
Mais um dado, do Instituto Sou da Paz, de 2016,
mostra que 40% das vítimas mortas em domicílio naquele ano foram executadas por
uma arma de fogo, mesmo com o Estatuto do Desarmamento, que limita a posse de
armas dos brasileiros.
Nesta semana, a situação mudou: na terça-feira
(15), o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que flexibilizou o
Estatuto e liberou a posse de até quatro armas de fogo para todos os estados do
Brasil dispensando a comprovação de “efetiva necessidade”.
As estatísticas e a decisão do governo federal
geram dúvidas sobre como serão os próximos anos para as brasileiras que vivem
no quinto país que mais mata mulheres do mundo, segundo a Organização Mundial
da Saúde.
“De agora em diante? Precisaremos de atenção
redobrada. Já vivemos em um lugar em que falta compromisso público para
defender as mulheres de seus agressores. Com a liberação das armas, essa
realidade vai aumentar”, afirma Maria da Penha, em entrevista a EXAME.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “AS CONSEQUÊNCIAS DA FLEXIBILIZAÇÃO DA
POSSE DE ARMAS NO BRASIL”, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.