quinta-feira, 2 de maio de 2019

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM (51) - DESIGUALDADE SOCIAL



A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema As consequências da permanência da desigualdade social no Brasil , apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
DESIGUALDADE LEVARÁ À 'BARBÁRIE' NO LONGO PRAZO, ALERTA HISTORIADOR
24.01.2018

Crise, que crise? O número de bilionários brasileiros aumentou quase 40% em 2017 na comparação com 2016, aponta a ONG britânica Oxfam. Em relatório publicado nesta semana, a organização divulgou informações sobre a desigualdade global.

Segundo a Oxfam, a cada dia de 2017 um novo bilionário surgia e 82% de toda a riqueza gerada no ano passado ficou nas mãos do 1% mais rico e nada ficou com os 50% mais pobres.
Ao todo, existem hoje no mundo todo 2.043 bilionários e 90% deles são homens. No Brasil, esta classe de ultrarricos conta com 43 pessoas (em 2016, eram 31).
Outro ponto destacado pela Oxfam é que as mulheres fornecem, anualmente, US$ 10 trilhões em cuidados não remunerados para sustentar a economia global.
Desigualdade: 5 brasileiros têm riqueza equivalente à soma dos 104 milhões mais pobres
A publicação utiliza como base a lista de bilionários da revista Forbes e do banco Credit Suisse.
A Sputnik Brasil conversou com Rafael Araújo, professor de história e de relações internacionais do Instituto Federal de Sergipe, para entender o significado destas cifras e qual o caminho que o Brasil está trilhando.
"Ao longo prazo, esse cenário vai levar à barbárie. Não há sistema político e econômico que se sustente com um numero tão grande de indivíduos totalmente à margem", afirma Rafael Araújo.
Para Araújo, o relatório da Oxfam indica uma tendência de crescimento da desigualdade desde a crise econômica mundial de 2009. No caso brasileiro, a situação é ainda mais sensível já que o cenário é acompanhado da "retirada de direitos sociais e trabalhistas".
O professor do Instituto Federal de Sergipe também pontua que os brasileiros têm uma "dificuldade histórica" em discutir distribuição de renda e impostos sobre grandes fortunas — um item que está previsto na Constituição, relembra Araújo.


Texto II
“Num mundo no qual todos trabalhassem pouco, tivessem o alimento necessário, vivessem numa casa com banheiro e refrigerador e possuíssem carro ou até avião, a forma mais óbvia e talvez mais importante de desigualdade já teria desaparecido. Desde o momento em que se tornasse geral, a riqueza perderia seu caráter distintivo. Claro, era possível imaginar uma sociedade na qual a riqueza, no sentido de bens e luxos pessoais, fosse distribuída equitativamente, enquanto o poder permanecia nas mãos de uma pequena casta privilegiada. Na prática, porém, uma sociedade desse tipo não poderia permanecer estável por muito tempo. Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada não tinha função nenhuma e acabaria com ela. A longo termo, uma sociedade hierárquica só era possível num mundo de pobreza e ignorância.“ — George Orwell 1984

https://citacoes.in/autores/george-orwell/. Acesso em 25/02/2019.




Texto IV

DESIGUALDADE É A MAIOR EM SETE ANOS NO BRASIL

Jornal O POVO - 27/02/2019
A situação ainda precária no mercado de trabalho fez a concentração de renda se aprofundar no País ano passado. No quarto trimestre de 2018, a desigualdade, quando observada a renda domiciliar per capita, atingiu o maior patamar em pelo menos sete anos, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
O Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita com trabalho subiu de 0,6156 no terceiro trimestre de 2018 para 0,6259 no quarto trimestre do ano, o 16º trimestre consecutivo de aumento. O Gini mede a desigualdade de 0 a 1 - quanto mais perto de 1, maior é a concentração de renda.
No quarto trimestre de 2018, o índice atingiu o maior patamar da série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012. Segundo Daniel Duque, pesquisador do Ibre/FGV, entre as razões para a piora na desigualdade de renda está a ausência de ganho real no salário mínimo e a dificuldade de trabalhadores menos qualificados aumentarem seus rendimentos. (AE)


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