sexta-feira, 21 de outubro de 2022

ATIVIDADE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO - GÊNERO TEXTUAL: CARTA PESSOAL

 ATIVIDADE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO - GÊNERO TEXTUAL: CARTA PESSOAL

Texto 1

Fortaleza, 07 de dezembro de 2021

Querida, Ju.

Há muito tempo não nos falamos. Perdi seus contatos de telefone, e-mail e não te encontro nas redes sociais. A única informação que tenho sua é o seu endereço, pois costumávamos nos corresponder na adolescência, depois que você se mudou com seus pais para o Amapá. Não sei se o seu endereço é o mesmo nem se vai receber esta carta, mas resolvi tentar, pois, nos últimos meses, venho pensando com muita saudade na nossa amizade.

Lembra que nós éramos unidas como unha e carne, como queijo e goiabada. Uma complementava a outra. O pensamento de uma, a outra já adivinhava. Eu ficava impressionada como os nossos gostos eram parecidos, parecia coisa de irmã gêmea. Talvez fosse uma gemelaridade espiritual que só as pessoas muito conectadas mentalmente e emocionalmente conseguem desenvolver.

Infelizmente, você teve de se mudar de estado devido ao trabalho do seu pai e, durante alguns anos, conseguimos manter contato. Entendo perfeitamente que a vida muda e os caminhos trilhados também. Amadurecemos, as responsabilidades aumentam, outras pessoas aparecem para preencher os espaços, enfim, são muitas transformações com as quais temos de lidar na nossa existência. Todos nós, como dizia Raul Seixas, somos uma metamorfose ambulante e isso é muito bom!

Já se passaram dez anos da última vez que nos falamos e, não sei o porquê, mas, nas últimas semanas, tenho sonhado com você. Alguns sonhos são bonitos e nostálgicos, outros são aflitos e angustiantes. Então, pensei que talvez você estivesse precisando de ajuda ou de uma amiga para conversar, de uma pessoa que, mesmo com a distância, nunca te esqueceu e que te guarda para sempre no coração. Alguém que pode te ouvir sem pré-julgamentos, sem desconfiança, sem recriminação; alguém que quer resgatar uma amizade verdadeira, que conforta, dá ânimo, coragem e aconchego.

Se você receber esta carta, entra em contato comigo.

Seguem meus contatos:

Whatsapp: (85) 99567134

Instagram: @biacarvalho25

Um forte e incrível abraço!

Bia

(Autoria de Suziane Brasil Coelho)

01. A carta é um gênero epistolar que existe em diferentes tipos, dependendo do seu objetivo comunicativo e do público alvo. O texto em análise nesta atividade corresponde a uma carta de qual tipo?

a) aberta.

b) pessoal.

c) do leitor.

d) empresarial.

 

02. Conforme novas tecnologias vão surgindo, algumas formas de comunicação sofrem alteração em sua estrutura, suporte, linguagem. A carta, por exemplo, que já foi um dos principais meios de comunicação a distância, hoje já não é tão frequente, porque gêneros como o e-mail, mensagens de texto e áudio enviadas instantaneamente através de redes sociais e aplicativos de conversas permitiram que as pessoas se comunicassem de forma muito rápida, sem precisar esperar pela postagem nos Correios. Sabendo disso, indique o motivo pelo qual a personagem Bia optou por enviar uma carta a sua amiga Ju.

a) Para resgatar a emoção nostálgica de enviar uma carta tradicional.

b) Porque a Bia queria se comunicar o mais rápido possível com a sua amiga.

c) Para relembrar as cartas que elas se enviavam durante o período da adolescência.

d) Porque a Bia não tem mais nenhum outro contato de sua amiga a não ser o endereço antigo.

 03. Para se escrever uma carta, alguns elementos são obrigatórios. Identifique-os, retirando do texto em análise.

a) Local:_________________________________________________________________

b) Data:_________________________________________________________________

c) Remetente: ____________________________________________________________

d) Destinatário: ___________________________________________________________

e) Vocativo: ______________________________________________________________

f) Despedida:_____________________________________________________________

 04. O que motivou a produção da carta?

 

 

 

 Texto 2


Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/04/4920253-empresa-volta-a-produzir-perfume-fora-de-linha-para-uma-mae-que-perdeu-o-filho.html. Acesso em 06/12/21.

 05. Em abril de 2021, o fundador D’O Boticário, Miguel Krigsner, escreveu uma carta em resposta a uma postagem de Karyne Leão que pedia a reprodução do perfume Anette, já fora de linha, a fim de que ela pudesse comprá-lo para Dona Wanda, que perdeu o filho para a Covid-19, e tinha no perfume uma de suas mais fortes lembranças, pois ele sempre lhe dava essa fragrância de presente. A produção desta carta, em estilo tradicional, escrita de próprio punho, demonstrou por parte do empresário uma atitude de

 A) graça e humor.

B) desprezo e descaso.

C) atenção e empatia.

D) alegria e satisfação.

 06. Para dar um tom acolhedor à mensagem, o fundador D’O Boticário escolheu palavras que indicam uma certa proximidade com dona Wanda. Retire essas palavras do texto.

 

 

 07. Na carta, Miguel Krigsner revelou uma informação à dona Wanda. Que informação foi essa? Há alguma relação entre essa informação e a história vivida por dona Wanda?

 

 

 08. Comparando mensagens eletrônicas (e-mail, whatsapp) com a carta manuscrita e as situações de uso de cada suporte, indique pelo menos uma vantagem e uma desvantagem de cada tipo de comunicação.

 

Vantagem

Desvantagem

Mensagem via whatsapp:

 

 

 

 

 

 

Mensagem por e-mail:

 

 

 

 

 

 

Carta manuscrita:

 

 

 

 

 

 

 

 






GABARITO:

01. B

02. D

03.

a) Local: Fortaleza

b) Data: 07 de dezembro de 2021

c) Remetente: Bia

d) Destinatário: Ju

e) Vocativo: Querida, Ju

f) Despedida: Um forte e incrível abraço!

04. Os sonhos que a remetente teve com a amiga e a preocupação que isso gerou.

05. C

06. “Querida, dona Wanda”, “você”, “te”, “com muito carinho”.

07. Revelou que Anette é o nome de sua primeira filha e que a criação do perfume foi em homenagem ao nascimento dela. A ligação das histórias está justamente na importância do perfume com os filhos de ambos.

08.

 

Vantagem

Desvantagem

Mensagem via whatsapp:

 

Mensagens breves que chegam instantaneamente. Pode-se enviar arquivos, vídeos, músicas...

 

Pode gerar ansiedade em quem envia a mensagem, pois esta fica esperando a outra pessoa responda imediatamente.

Mensagem por e-mail:

 

É uma comunicação mais oficial, é usado para enviar mais arquivos, documentos, publicidades,...

 

 

 

Muitas pessoas não acessam diariamente seus e-mails e isso pode fazer com que alguns fiquem sem resposta...

Carta pessoal manuscrita:

 

É mais informal, mais íntima, demonstra um certo carinho e atenção, já que a pessoa se debruça na escrita. Pode perfumar o papel, ....

 

 

 

Seu envio é demorando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


quinta-feira, 15 de setembro de 2022

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO UECE (Nº 4) - VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

 

PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO UECE – 2022

(UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

 Prezado (a) Candidato(a)

Um assunto vem sendo discutido nos últimos meses devido a relatos de pessoas famosas contra o médico Renato Kalil: a violência obstétrica. Esse tema é de grande relevância, porque muitas mulheres sofrem esse tipo de agressão médica, sem terem consciência de que estão sendo vítimas de um crime e de que possuem direitos garantidos por lei.

Proposta 1: Imagine-se como um (a) médico (a) ginecologista-obstétrica escrevendo um artigo de opinião para ser publicado na seção Opinião, em um jornal de circulação nacional, em que ela comenta o direito da mulher a ter atendimento respeitoso e humanizado durante a gestação, o parto e o período puerpério e também critica a violência obstétrica.

Proposta 2: Escreva um depoimento, que irá compor uma reportagem de um site jornalístico sobre violência obstétrica, narrando a sua experiência traumática no parto do seu primeiro filho. O depoimento tem por objetivo alertar outras mulheres sobre esse tipo de violência e da possibilidade de denunciar.  

TEXTO 1

Violência obstétrica: o que é, como identificar e como denunciar

Procedimentos desnecessários ou não autorizados pela gestante se encaixam no quadro de violência obstétrica. Paciente não pode ser desrespeitada ou não informada sobre quaisquer procedimentos.

Um áudio vazado de uma conversa íntima mostra a influencer digital Shantal Verdelho acusando o médico obstetra Renato Kalil de cometer violência obstétrica durante o parto de sua segunda filha, em setembro de 2021. Ela afirma que o médico usou palavrões durante o parto e expôs sua intimidade para o pai da criança, Mateus Verdelho, durante o procedimento e também para terceiros.
O que é violência obstétrica?
    Violência obstétrica é o termo utilizado para caracterizar abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto, nascimento ou pós-parto. Os maus tratos podem incluir violência física ou psicológica, podendo fazer da experiência do parto um momento traumático para a mulher ou o bebê. É importante ressaltar que a violência obstétrica pode ocorrer durante o período de gestação, no parto ou pós-parto.
    A violência obstétrica está relacionada não apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também a falhas estruturais de clínicas, hospitais e do sistema de saúde como um todo. (...)

https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/12/12/violencia-obstetrica-o-que-e-como-identificar-e-como-denunciar.ghtml

TEXTO 2

A confeiteira Talita Kellen, de 33 anos, passou por vários momentos de desrespeito antes, durante e pós-parto. Xingada durante o trabalho de expulsão do bebê, Talita jamais vai se esquecer do parto transformado em pesadelo.

“Era para ser um sonho mas se tornou um verdadeiro pesadelo. Fui internada com 42 semanas de gestação, sem nada de dilatação e o parto foi induzido. Eu jamais vou me esquecer que fui xingada que eu era fraca, que ao invés de estar ali falando algumas coisas eu devia estar fazendo força para o meu filho nascer. Por fim eu não estava aguentando mais, eu pedi muito para fazer uma cesária, mas até aí nesse ponto me xingaram, que eu não sabia o que que era uma cesária, me deram o famoso pique. João Miguel nasceu fazendo cocô, xixi e não chorou”, conta. 

“Isso tudo depois acarretou muita coisa para mim. A questão da amamentação no hospital também, ninguém me ensinou como que era a amamentação e João Miguel não pegava no peito, lá mesmo eles só queriam dar a fórmula para o meu filho, eu não deixei. A maternidade também foi um pesadelo. 

O baque foi tão grande que nem filho mais Talita quer e nem planeja ter mais. “Eu não quero mais filho, eu tenho um trauma muito grande, eu carrego esse trauma comigo e eu sei que muitas mulheres ainda passam por isso caladas.”  (...)

https://www.itatiaia.com.br/noticia/serie-especial-traz-depoimentos-de-mulheres-que-sofreram-violencia-no-parto

TEXTO 3

OCORRÊNCIAS QUE PODEM CONFIGURAR VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

*Exigência de jejum ou restrição da dieta na hora do parto

É importante que, durante o trabalho de parto, a gestante esteja forte e tenha energia. A recomendação é que faça uma dieta leve.

“Há risco de vômito durante o parto, mas, em momento algum, ela precisa ficar com o estômago totalmente vazio. Por isso, não faz sentido deixá-la sem comer”, diz Luciano Curuci, ginecologista e presidente do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP).

 *Uso de ocitocina sem indicação médica

Esse hormônio sintético é conhecido por estimular as contrações, mas não deve ser aplicado de forma rotineira. Ainda assim, foi utilizado em 36% dos partos entre 2011 e 2012, segundo dados da pesquisa Nascer no Brasil.

“O médico acompanha a evolução do parto com base em vários detalhes, como dilatação, altura da posição fetal e contagem de contrações. Se houver uma estagnação nesses índices, o uso da ocitocina pode ser um caminho”, ensina Curuci.

 *Realização da episiotomia

É um procedimento cirúrgico que consiste em uma incisão no períneo para ampliar o canal vaginal e, assim, acelerar a saída do bebê. É um recurso agressivo e sujeito a várias complicações. Tanto o Ministério da Saúde como a Organização Mundial da Saúde pedem para que ele seja evitado.

A episiotomia só deveria ser colocada em prática em situações extremas – quando, por exemplo, o feto corre risco de vida.

 *Obrigar a mulher a ficar na posição de litotomia (ou ginecológica)

É aquela que a gente costuma ver em filmes: a grávida fica deitada com as pernas erguidas, flexionadas e apoiadas em um suporte metálico (conhecido como perneira).

Noronha explica que há algumas circunstâncias em que essa posição até pode ser solicitada, como após a aplicação de anestesia. “Mas o ideal é garantir a movimentação livre da mãe”, avisa.

 *Utilização do fórceps

Semelhante a uma colher, esse instrumento é usado para apreender a cabeça da criança e tirá-la do canal de parto.

“Ele pode ser empregado em partos muito prolongados e que começam a ser perigosos para a vida do bebê, com risco de hipóxia cerebral [falta de oxigenação no cérebro]”, observa Curuci. (...)

 Outros procedimentos condenáveis

·        Negar anestésico para mães com dor

·        Negar a presença de acompanhante durante todo o processo – isso é, inclusive, garantido por uma lei federal

·        Falta de privacidade durante o parto

·        Violência física ou verbal, com ameaças, gritos, piadas e tapas

·        Impedir o contato pele a pele da mãe com o bebê e a amamentação na primeira hora de vida (caso seja um nascimento sem intercorrências) e/ou separá-los por protocolo

·        “Ponto do marido”: procedimento em que é dado um ponto na vagina para deixá-la mais fechada após o parto. (...)

Leia mais em: https://saude.abril.com.br/medicina/violencia-obstetrica-o-que-e/