MODELO DE REDAÇÃO ESTILO
ENEM
Esta redação foi feita também como exemplo de uso do repertório sociocultural postado no blog sobre o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han.
“A IMPORTÂNCIA DA
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO COMO POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE”
A taxa de suicídio aumentou cerca de 7% no Brasil, segundo
relatório da OMS, que afirmou ainda ser a segunda maior causa de morte ente os
jovens de 15 a 29 anos. Esses dados mostram, infelizmente, que o autocídio é um
problema extremamente relevante que ceifa a alegria, os sonhos e a vida de
várias pessoas, provocado, muitas vezes, pela falta de fé, de esperança e por
uma dor existencial. Na tentativa de cuidar daqueles que estão passando por
tamanho sofrimento, é imprescindível que se discuta a importância da prevenção
ao suicídio como política pública de saúde.
Nesse
contexto de tristeza que envolve a questão do suicídio, o filósofo sul-coreano
Byung-Chull Han afirma que “a perda
moderna da fé, que não diz respeito apenas a Deus e ao além, mas à própria
realidade, torna a vida humana radicalmente transitória”. Esse pensamento de
Han reflete a situação em que muitas pessoas vivem hoje de descrença, de falta
de perspectiva, de desânimo, que suga a vontade de viver e coloca, como única
saída para as suas aflições, a morte. Apesar de depender de uma escolha
pessoal, o suicídio pode ser evitado em alguns casos, quando há uma rede de
apoio para amparar quem está sofrendo e para prestar auxílio aos familiares que
precisam aprender a lidar com esse drama. Desse modo, entende-se que é muito importante
adotar políticas públicas de prevenção que busquem minimizar o autocídio.
Em acréscimo, sabe-se que o ato de tirar a própria
vida é a segunda maior causa de morte entre os jovens, fato que gera uma enorme
preocupação aos pais, pois estes não sabem, muitas vezes, o que está
acontecendo com os seus filhos e filhas, por falta de diálogo, de empatia, ou
mesmo pelo fato de seus descendentes não quererem que os genitores sofram ao
verem o sofrimento deles. Dessa forma, um sentimento de impotência toma conta
de todos os sujeitos e amplia o desespero, dificultando ainda mais que a
prevenção aconteça. Por conta disso, verifica-se como é essencial que os
envolvidos tenham a oportunidade de receber auxílio especializado, por meio do
acompanhamento de psicólogos, de psiquiatras e de assistentes sociais, além do acesso
a medicamentos que possam melhorar a saúde mental.
Diante dos fatos supracitados, conclui-se que a
questão do suicídio não pode passar despercebida, nem ser ignorada, seja por
familiares, instituições ou representantes políticos. Para tentar formar uma
rede de apoio, cabe ao Ministério da Saúde coordenar um trabalho junto aos CAPS,
que são Centros de Atenção Psicossocial, por meio de
mais investimentos e da compra de medicamentos, para que os profissionais
possam atender mais pacientes e auxiliar suas famílias na prevenção ao
suicídio. Ademais, os pais ou responsáveis precisam estreitar os laços afetivos
com seus filhos, de forma atenciosa, paciente e interativa, a fim de que estes
se sintam confiantes para confidenciar as suas angústias e, assim, juntos,
consigam encontrar uma saída para a vida não ser tão transitória, como
declarou Byung-Chull Han.
Autora: Suziane B. Coelho
ANÁLISE TEXTUAL E ESTRUTURAL DA REDAÇÃO-MODELO
INTRODUÇÃO
(1º PARÁGRAFO)
u A introdução começou com a citação de um repertório
sociocultural estatístico sobre o aumento do suicídio no Brasil nos últimos
anos.
u A partir dos dados informados, inicia-se a
apresentação do assunto mais geral (suicídio) e de possíveis causas do problema
(“provocado, muitas vezes, pela falta de fé, de esperança e por uma dor
existencial”)
u Em seguida, defende-se a TESE de que é importante se discutir a importância da prevenção ao suicídio como política pública de saúde para cuidar daqueles que estão sofrendo. (Aqui se entra no TEMA propriamente dito)
DESENVOLVIMENTO
(2º PARÁGRAFO)
u O 2º parágrafo inicia com um repertório do filósofo
Byung-Chul Han sobre a perda moderna da fé e como isso torna a vida
transitória. Todo repertório deve ser explicado e depois relacionado com a
argumentação do parágrafo.
u Apesar de não ser um repertório que fale
diretamente do suicídio, pode ser atrelado à questão, por meio de um comentário
que o relacione com o tema e com algum aspecto comentado no texto. No caso, a falta
de fé e a transitoriedade da vida foram relacionadas com as causas do suicídio
citadas na introdução.
u Em seguida, defende-se a importância de proporcionar auxílio a todos que sofrem com tal situação, com a adoção de políticas públicas de prevenção, como defende o tema. É importante que a argumentação sempre leve à defesa do TEMA.
DESENVOLVIMENTO
(3º PARÁGRAFO)
u O 3º parágrafo inicia retomando a informação citada
na introdução de que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre os
jovens e relaciona isso com a preocupação dos pais e as dificuldades que estes
enfrentam em manter um diálogo aberto com os filhos.
u A retomada de repertório não é obrigatória no Enem,
mas é algo valorizado, porque mostra a importância do repertório para a
argumentação e ajuda a montar um projeto de texto coeso e coerente do início ao
fim.
u Como consequência desse conflito, vem o sentimento de impotência e a dificuldade de enfrentamento do problema, justificando a importância de um auxílio especializado e do acesso a medicamentos necessários para o tratamento.
CONCLUSÃO
(4º PARÁGRAFO)
u Inicia-se a conclusão com uma opinião final sobre o
fato de não poder ignorar a questão do suicídio. Marcar a OPINIÃO é muito
importante, já que se trata de um texto dissertativo-argumentativo.
u Em seguida, cita-se a 1ª proposta de intervenção,
que apresenta 6 elementos (só contam 5 para atribuir o nível da Competência),
fazendo referência às políticas públicas necessárias para prevenir o suicídio (comentada
no 2º parágrafo), conforme propõe o tema da redação explicitado na Introdução.
u Acrescenta-se mais uma solução, que também
apresenta 5 elementos, para fazer referência à situação comentada no 3º
parágrafo sobre o relacionamento dos pais com seus filhos.
u Mesmo que a 1ª solução já apresente os 5 elementos,
devem-se citar soluções para os
problemas comentados no texto, portanto a questão do relacionamento entre pais
e filhos não poderia ficar sem uma intervenção.
u Por fim, no detalhamento da 2ª intervenção, faz-se
uma retomada do repertório filosófico citado no 2º parágrafo sobre a transitoriedade
da vida para fechar a redação.
1º PROPOSTA DE INTERVENÇÃO |
2ª PROPOSTA
DE INTERVENÇÃO |
||
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|||
Apresenta 6
elementos |
Apresenta 5 elementos |
||
1ª
Finalidade |
Para tentar formar uma rede de
apoio |
Agente: |
os pais ou responsáveis |
Agente: |
Ministério da Saúde |
Ação: |
precisam estreitar os laços
afetivos com seus filhos |
Ação: |
coordenar um trabalho junto aos
CAPS |
Modo/meio: |
de forma atenciosa, paciente,
interativa |
Detalhamento da ação: |
que são Centros de Atenção
Psicossocial |
1ª Finalidade: |
a fim de que estes se sintam
confiantes para confidenciar as suas angústias |
Modo/meio: |
por meio de mais investimentos e
da compra de medicamentos |
Detalhamento: 2ª Finalidade
(consequência da primeira) |
e, assim, juntos, consigam
encontrar uma saída para a vida não ser tão transitória, como declarou Byung-Chull Han. |
2ª Finalidade: |
para que os profissionais possam
atender mais pacientes e auxiliar suas famílias na prevenção ao suicídio. |
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Não seria :de psicólogos,[de]psiquiatras e [de]assitentes sociais ?
ResponderExcluirE "sofram ao verem" eu poderia não flexionar o "ver"? Como:sofram ao ver