domingo, 8 de novembro de 2020

MODELO DE REDAÇÃO ESTILO ENEM SOBRE A PROPOSTA Nº 69 - SUICÍDIO

MODELO DE REDAÇÃO ESTILO ENEM

Esta redação foi feita também como exemplo de uso do repertório sociocultural postado no blog sobre o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han.

“A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO AO SUICÍDIO COMO POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE” 

A taxa de suicídio aumentou cerca de 7% no Brasil, segundo relatório da OMS, que afirmou ainda ser a segunda maior causa de morte ente os jovens de 15 a 29 anos. Esses dados mostram, infelizmente, que o autocídio é um problema extremamente relevante que ceifa a alegria, os sonhos e a vida de várias pessoas, provocado, muitas vezes, pela falta de fé, de esperança e por uma dor existencial. Na tentativa de cuidar daqueles que estão passando por tamanho sofrimento, é imprescindível que se discuta a importância da prevenção ao suicídio como política pública de saúde.

Nesse contexto de tristeza que envolve a questão do suicídio, o filósofo sul-coreano Byung-Chull Han afirma que “a perda moderna da fé, que não diz respeito apenas a Deus e ao além, mas à própria realidade, torna a vida humana radicalmente transitória”. Esse pensamento de Han reflete a situação em que muitas pessoas vivem hoje de descrença, de falta de perspectiva, de desânimo, que suga a vontade de viver e coloca, como única saída para as suas aflições, a morte. Apesar de depender de uma escolha pessoal, o suicídio pode ser evitado em alguns casos, quando há uma rede de apoio para amparar quem está sofrendo e para prestar auxílio aos familiares que precisam aprender a lidar com esse drama. Desse modo, entende-se que é muito importante adotar políticas públicas de prevenção que busquem minimizar o autocídio.

Em acréscimo, sabe-se que o ato de tirar a própria vida é a segunda maior causa de morte entre os jovens, fato que gera uma enorme preocupação aos pais, pois estes não sabem, muitas vezes, o que está acontecendo com os seus filhos e filhas, por falta de diálogo, de empatia, ou mesmo pelo fato de seus descendentes não quererem que os genitores sofram ao verem o sofrimento deles. Dessa forma, um sentimento de impotência toma conta de todos os sujeitos e amplia o desespero, dificultando ainda mais que a prevenção aconteça. Por conta disso, verifica-se como é essencial que os envolvidos tenham a oportunidade de receber auxílio especializado, por meio do acompanhamento de psicólogos, de psiquiatras e de assistentes sociais, além do acesso a medicamentos que possam melhorar a saúde mental.

Diante dos fatos supracitados, conclui-se que a questão do suicídio não pode passar despercebida, nem ser ignorada, seja por familiares, instituições ou representantes políticos. Para tentar formar uma rede de apoio, cabe ao Ministério da Saúde coordenar um trabalho junto aos CAPS, que são Centros de Atenção Psicossocial, por meio de mais investimentos e da compra de medicamentos, para que os profissionais possam atender mais pacientes e auxiliar suas famílias na prevenção ao suicídio. Ademais, os pais ou responsáveis precisam estreitar os laços afetivos com seus filhos, de forma atenciosa, paciente e interativa, a fim de que estes se sintam confiantes para confidenciar as suas angústias e, assim, juntos, consigam encontrar uma saída para a vida não ser tão transitória, como declarou  Byung-Chull Han.

Autora: Suziane B. Coelho  

ANÁLISE TEXTUAL E ESTRUTURAL DA REDAÇÃO-MODELO

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INTRODUÇÃO (1º PARÁGRAFO)

u A introdução começou com a citação de um repertório sociocultural estatístico sobre o aumento do suicídio no Brasil nos últimos anos.

u A partir dos dados informados, inicia-se a apresentação do assunto mais geral (suicídio) e de possíveis causas do problema (“provocado, muitas vezes, pela falta de fé, de esperança e por uma dor existencial”)

u Em seguida, defende-se a TESE de que é importante se discutir a importância da prevenção ao suicídio como política pública de saúde para cuidar daqueles que estão sofrendo. (Aqui se entra no TEMA propriamente dito)

DESENVOLVIMENTO (2º PARÁGRAFO)

u O 2º parágrafo inicia com um repertório do filósofo Byung-Chul Han sobre a perda moderna da fé e como isso torna a vida transitória. Todo repertório deve ser explicado e depois relacionado com a argumentação do parágrafo.

u Apesar de não ser um repertório que fale diretamente do suicídio, pode ser atrelado à questão, por meio de um comentário que o relacione com o tema e com algum aspecto comentado no texto. No caso, a falta de fé e a transitoriedade da vida foram relacionadas com as causas do suicídio citadas na introdução.

u Em seguida, defende-se a importância de proporcionar auxílio a todos que sofrem com tal situação, com a adoção de políticas públicas de prevenção, como defende o tema. É importante que a argumentação sempre leve à defesa do TEMA.

DESENVOLVIMENTO (3º PARÁGRAFO)

u O 3º parágrafo inicia retomando a informação citada na introdução de que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre os jovens e relaciona isso com a preocupação dos pais e as dificuldades que estes enfrentam em manter um diálogo aberto com os filhos.

u A retomada de repertório não é obrigatória no Enem, mas é algo valorizado, porque mostra a importância do repertório para a argumentação e ajuda a montar um projeto de texto coeso e coerente do início ao fim.

u Como consequência desse conflito, vem o sentimento de impotência e a dificuldade de enfrentamento do problema, justificando a importância de um auxílio especializado e do acesso a medicamentos necessários para o tratamento.

CONCLUSÃO (4º PARÁGRAFO)

u Inicia-se a conclusão com uma opinião final sobre o fato de não poder ignorar a questão do suicídio. Marcar a OPINIÃO é muito importante, já que se trata de um texto dissertativo-argumentativo.

u Em seguida, cita-se a 1ª proposta de intervenção, que apresenta 6 elementos (só contam 5 para atribuir o nível da Competência), fazendo referência às políticas públicas necessárias para prevenir o suicídio (comentada no 2º parágrafo), conforme propõe o tema da redação explicitado na Introdução.

u Acrescenta-se mais uma solução, que também apresenta 5 elementos, para fazer referência à situação comentada no 3º parágrafo sobre o relacionamento dos pais com seus filhos.

u Mesmo que a 1ª solução já apresente os 5 elementos,  devem-se citar soluções para os problemas comentados no texto, portanto a questão do relacionamento entre pais e filhos não poderia ficar sem uma intervenção.

u Por fim, no detalhamento da 2ª intervenção, faz-se uma retomada do repertório filosófico citado no 2º parágrafo sobre a transitoriedade da vida para fechar a redação.

 

1º PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

2ª PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

 

Apresenta 6 elementos

Apresenta 5 elementos

1ª Finalidade

Para tentar formar uma rede de apoio

Agente:

os pais ou responsáveis

Agente:

Ministério da Saúde

Ação:

precisam estreitar os laços afetivos com seus filhos

Ação:

coordenar um trabalho junto aos CAPS

Modo/meio:

de forma atenciosa, paciente, interativa

Detalhamento da ação:

que são Centros de Atenção Psicossocial

1ª Finalidade:

a fim de que estes se sintam confiantes para confidenciar as suas angústias

Modo/meio:

por meio de mais investimentos e da compra de medicamentos

Detalhamento: 2ª Finalidade (consequência da primeira)

e, assim, juntos, consigam encontrar uma saída para a vida não ser tão transitória, como declarou  Byung-Chull Han.

2ª Finalidade:

para que os profissionais possam atender mais pacientes e auxiliar suas famílias na prevenção ao suicídio.

 

 

 

 Por Suziane B. Coelho

Um comentário:

  1. Não seria :de psicólogos,[de]psiquiatras e [de]assitentes sociais ?
    E "sofram ao verem" eu poderia não flexionar o "ver"? Como:sofram ao ver

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