sábado, 26 de setembro de 2020

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL - FILOSOFIA - BYUNG-CHUL HAN

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL – FILOSOFIA

PROFESSORA SUZIANE BRASIL COELHO

Byung-Chul Han é um filósofo sul-coreano que se dedicou a analisar as estruturas da sociedade do século XXI para entender como o modelo de produção da última fase do capitalismo tem interferido diretamente na vida psicológica das pessoas. Partindo da psicanálise, da filosofia existencialista e de análises sociológicas, Han tenta entender o vínculo entre os distúrbios psiquiátricos comuns em nossos tempos, como a síndrome de burnout, a depressão e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), com o ritmo de vida que a nossa sociedade cobra das pessoas.

 PENSAMENTOS

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PENSAMENTOS

COMENTÁRIOS

TEMAS

1. “Hoje o indivíduo se explora e acredita que isso é realização”.

 

Byung-Chul Han acredita que o desejo consumista incentivado pelo capitalismo faz os indivíduos se explorarem no trabalho, pensando em ganhar mais, para comprar mais, para ostentar mais, acreditando que está se realizando.

(Suziane B. Coelho)

TEMAS:

·       Trabalho escravo no século XXI

·       Exploração capitalista no século XXI

·       As relações trabalhistas no século XXI

 

2. “Nesta sociedade de compulsão, todo mundo carrega em si um campo de trabalho. Este campo de trabalho é definido pelo fato de que somos simultaneamente prisioneiros e guardas, vítimas e agressores. Exploramos a nós mesmos. Isso significa que a exploração é possível mesmo sem dominação”.

 

Karl Marx explicou a ordem econômica capitalista, o poder do capital e como as relações de dominação entre patrão e empregado se estabeleciam. Atualmente, segundo Byung-Chul Han, as pessoas se exploram, trabalham cada vez mais para sustentar seus desejos consumistas, por isso ele ressalta que a exploração pode ocorrer mesmo sem a exploração do patrão, mas do próprio trabalhador por ele mesmo.

 (Suziane B. Coelho)

TEMAS:

·       Trabalho escravo no século XXI

·       Exploração capitalista no século XXI

·       As relações trabalhistas no século XXI

 

3. “Sem a presença do outro, a comunicação degenera em um intercâmbio de informação: as relações são substituídas pelas conexões, e assim só se conecta com o igual; a comunicação digital é somente visual, perdemos todos os sentidos; vivemos uma fase em que a comunicação está debilitada como nunca: a comunicação global e dos likes só tolera os mais iguais; o igual não dói”!

As relações por meio digitais, sem o contanto presencial com o outro, impedem que desenvolvamos habilidades de relacionamento que só a proximidade permite que aprendamos, dentre elas, está a aceitação das diferenças dos outros, o respeito a opiniões diferentes, o sentimento de bem-estar pelas boas atitudes. No meio digital, há uma preferência pelos iguais, iguais na aparência, iguais no estilo de vida, iguais nas ideias.

(Suziane B. Coelho)

 

TEMAS:

·       O combate aos preconceitos (racial, social, estético, religioso, sexual...)

·       Relações interpessoais no século XXI

·       O comportamento intolerante na contemporaneidade

·       O discurso de ódio nas redes sociais

·       Padronização da sociedade: a cultura do igual.

4. “Homens e mulheres comuns, tendo a oportunidade de uma vida feliz, se tornarão mais gentis e menos persecutórios e inclinados a encarar os outros com suspeita”.

A vida difícil, as necessidades gritantes, o convívio direto com a violência, as injustiças deixam as pessoas menos sensíveis, mais desconfiadas, mais ofensivas, dispostas a tudo para saírem daquela situação. Por isso, Han defende que pessoas comuns, tendo a oportunidade de uma vida menos cruel, tornar-se-iam seres melhores.

(Suziane B. Coelho)

 

TEMAS:

·       Desigualdade social e suas implicações.

·       Melhores oportunidades de vida para todos.

·       As consequências de uma vida equilibrada e saudável.

·       Caminhos para combater a violência social.

5. “Nunca ninguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo”.

 

Quando temos a oportunidade de parar, descansar, esquecer obrigações e compromissos, temos a chance de refletir sobre a vida, de criar, de ter ideias inovadoras. O ócio produtivo desperta a reflexão e a imaginação. O mesmo acontece quando se aprende que, muitas vezes, estar só pode ajudar no autoconhecimento, na descoberta daquilo que te faz bem, que te realiza; que sua felicidade não pode depender do outro, mas de você mesmo.

(Suziane B. Coelho)

TEMAS:

·       O ócio produtivo

·       A importância do autoconhecimento

6. “A depressão é o adoecimento de uma sociedade que sofre sob o excesso de positividade”.

O excesso de positividade dificulta, muitas vezes, a nossa capacidade de aceitar as situações que dão errado, isto é, acabamos sem saber lidar com as frustrações, o que pode gerar a depressão.

(Suziane B. Coelho)

TEMAS:

·       Depressão na contemporaneidade

·       As exigências da vida moderna

·       Frustrações e decepções: como lidar com elas?

7. “A queixa do indivíduo depressivo, "nada é possível", só pode ocorrer em uma sociedade que pensa que "nada é impossível"”.

 

O “nada é impossível” está relacionado com a questão do excesso de positividade. Segundo Han, viver em uma sociedade querendo ter tudo, ser perfeito e totalmente realizado, é muito difícil, porque, quando percebe que não vai conseguir tudo isso, o indivíduo começa a se achar incompetente e entrar em depressão.

(Suziane B. Coelho)

 

TEMAS:

·       Depressão na contemporaneidade

·       As exigências da vida moderna

·       Frustrações e decepções: como lidar com elas?

 

8. “A perda moderna da fé, que não diz respeito apenas a Deus e ao além, mas à própria realidade, torna a vida humana radicalmente transitória”.

A fé a que Byung-Chul Han se refere vai além da religiosa, diz respeito à fé nos valores humanos, na esperança de uma vida melhor, no fim da corrupção, na diminuição da violência, do preconceito.... Essa falta de fé contribui para que a vida tenha menos valor, menos sentido, menos importância, isto é, seja radicalmente transitória.

(Suziane B. Coelho)

 

TEMAS:

·       O combate à corrupção no Brasil

·       O resgaste dos valores éticos para a construção de uma sociedade harmônica e justa.

·       Depressão na contemporaneidade

 

9. “Nós nos transformamos em zumbis saudáveis e fitness, zumbis do desempenho e do botox”.

Estamos vivendo uma época de muita exibição pessoal nas redes sociais, na tentativa de atrair seguidores, curtidas, mensagens, directs, por meio da estética perfeita, que não envelhece, que não adoece, que não tem “defeitos”, que acompanha as tendências. O termo “zumbis” simboliza as pessoas que se deixam levar por essa busca opressora pela beleza.

(Suziane B. Coelho)

 

TEMAS:

·       A hipervalorização da imagem nas redes sociais

·       A busca pela perfeição corporal em tempos de exibição nas redes sociais.

·       Os limites da busca pela perfeição estética em detrimento da saúde.

 

10. “O hipercapitalismo atual dissolve totalmente a existência humana numa rede de relações comerciais”.

A existência do ser humano hoje se baseia somente na busca pela sobrevivência por parte dos mais pobres e na busca pelo lucro por parte dos mais ricos. Isto quer dizer que o hipercapitalismo não permite relações sinceras de amizade, de empatia pelo outro, de proteção ao meio ambiente, somente relações comerciais em prol dos interesses econômicos.

(Suziane B. Coelho)

TEMAS:

·       Relações interpessoais no século XXI.

·       A valorização do ter em detrimento do ser.

 

 

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