PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM – 2020
TEXTOS
MOTIVADORES
TEXTO I
Analfabetismo
resiste no Brasil e no mundo do século 21
Publicado em 08/09/2019 - 08:01 Por Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Este domingo (8 de setembro) marca a
passagem do Dia Internacional da Alfabetização, data instituída pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), no
século passado (em 1966), para incentivar o pleno letramento da população
internacional. Apesar da melhoria do acesso às escolas, nos últimos 53 anos em
diversos países, ainda existem em todo planeta 750 milhões de jovens e adultos que
não sabem ler nem escrever.
Se todas essas pessoas morassem em um único país, a população só seria inferior a da China e da Índia, que têm cada uma mais de 1 bilhão de habitantes. A nação hipotética do analfabetismo tem mais do que o dobro de toda a população dos Estados Unidos. Nesse contingente, duas de cada três pessoas que não sabem ler são mulheres.
Ainda segundo a Unesco, o problema do analfabetismo perdurará por muito tempo. No ano passado, 260 milhões de crianças e adolescentes não estavam matriculados nas escolas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, havia 11,3 milhões de pessoas
analfabetas com 15 anos ou mais de idade. Se todos residissem na mesma cidade,
este lugar só seria menos populoso que São Paulo – a capital paulista tem
população estimada de 12,2 milhões.
A taxa do chamado “analfabetismo
absoluto” no Brasil é de 6,8%. Como ocorre com os dados internacionais, o
analfabetismo não atinge a todos da mesma forma. “Na análise por cor ou raça,
em 2018, 3,9% das pessoas de 15 anos ou mais - de cor branca - eram
analfabetas, percentual que se eleva para 9,1% entre pessoas de cor preta ou
parda. No grupo etário 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de
cor branca alcança 10,3% e, entre as pessoas pretas ou pardas, amplia-se para
27,5%”, descreve nota do IBGE. (...)
Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-09/analfabetismo-resiste-no-brasil-e-no-mundo-do-seculo-21. Acesso em 01/05/2020.
TEXTO II
Disponível em https://br.pinterest.com/pin/480759328944294717/. Acesso em 01/05/2020.
TEXTO III
NETOS E AVÓS
Segundo os
pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, o volume de analfabetos é bastante
alto e não diminui por falta de investimentos na Educação de Jovens e Adultos
(EJA). “Para um gestor público, prefeito, governador, interessa muito mais
investir em educação básica, não na Educação de Jovens e Adultos, porque é uma
parcela muito pequena”, critica Maria do Rosário Longo Mortatti, professora
titular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e também presidente emérita
da Associação Brasileira de Alfabetização. Segundo ela, o investimento no EJA é
“secundarizado”.
Por trás
desse comportamento, há antigo raciocínio entre gestores públicos de que a
“dinâmica demográfica”, com a renovação das gerações, extinguiria o
analfabetismo absoluto no passar dos anos, conforme lembra Maria Clara Di
Pierro, professora de Educação da Universidade de São Paulo (USP),
especializada em políticas públicas de jovens e adultos.
“Esse
raciocino não é novo. O ex-ministro [da educação] já falecido Paulo Renato
usava muito esse argumento, dizendo ‘vamos concentrar os nossos esforços nas
novas gerações. A sucessão geracional se encarregará de eliminar o
analfabetismo’. Alguns pesquisadores e jornalistas compartilham essa visão, mas
ela é duplamente equivocada”, aponta.
“De um lado,
porque a gente continua produzindo analfabetismo, não se trata apenas de um
resíduo do passado e os idosos estão vivendo mais. De outro lado, nós temos o
analfabetismo funcional mediado pelo sistema educativo. Então, essa esperança
‘vamos deixar os velhinhos morrerem para acabar com o problema’ é uma ilusão, e
não faz frente ao que temos de enfrentar”, complementa Di Pierro.
A mesma visão
tem a professora Francisca Izabel Pereira Maciel, diretora do Centro de
Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela ressalta que o poder público “não pode
descuidar do analfabetismo absoluto” e que “é direito das pessoas aprender a
ler e escrever”.
Ainda que o analfabetismo absoluto atinja predominantemente os mais idosos, a professora Francisca Izabel salienta que em muitas famílias são os avós que cuidam dos netos enquanto os pais trabalham. A falta de escolaridade entre os mais velhos dificulta o acompanhamento escolar e pode desestimular o interesse pelos estudos entre os mais novos.
Disponível
em https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-09/analfabetismo-resiste-no-brasil-e-no-mundo-do-seculo-21. Acesso em 01/05/2020.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O COMBATE AO ANALFABETISMO NO BRASIL”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
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