PROPOSTA DE REDAÇÃO ESTILO ENEM
A partir da
leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A TOLERÂNCIA AOS AGROTÓXICOS E SEUS
EFEITOS NO BRASIL”,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Projeto de lei quer mudar legislação dos agrotóxicos no Brasil; entenda
Inca, Fiocruz, Ministério
Público Federal (MPF), Ibama, Anvisa, entre outras instituições, publicaram
notas públicas contra o projeto de Blairo Maggi.
A produção de agrotóxicos no Brasil pode sofrer mudanças
nos critérios de aprovação, na análise de riscos e até no nome que será dado
aos produtos. Essas alterações estão previstas em um projeto de lei elaborado
pela atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). A proposta está em discussão
na Câmara dos Deputados, foi aprovada em comissão, composta
principalmente pelos deputados da base ruralista, e é defendida por empresários
e duramente criticada por ambientalistas e entidades médicas.
O projeto de lei quer mudar o nome dos agrotóxicos para
"defensivos agrícolas" e "produtos fitossanitários". Vai
liberar licenças temporárias, e também prevê que a análise dos produtos proíba
apenas as substâncias que apresentem "risco inaceitável".
Mas existem riscos aceitáveis quando se fala em saúde
pública e proteção ao meio ambiente? A questão é levantada por organizações e
institutos ouvidos pelo G1.
Por acreditarem que a resposta é "não", os opositores chamam a
iniciativa de "PL do Veneno".
O projeto de Lei 6.299, de 2002, agregou outras 28
propostas que já tramitavam no Congresso. Ele é defendido pelo setor ligado ao
agronegócio na Câmara como uma modernização
das normas estabelecidas até hoje. Os favoráveis dizem que o processo para
avaliação e liberação dos agrotóxicos é muito caro e demorado.
Atualmente, é necessário o aval de diferentes órgãos
para que um novo produto seja aprovado, entre eles a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura.
Do lado
contrário ao projeto de lei estão ONGs da área do meio ambiente, a Anvisa, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Departamento de Vigilância em
Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (Ministério da Saúde), o Instituto
Nacional do Câncer (Inca) e o Ibama, entre outras instituições. Eles
apresentam estudos científicos e argumentam que as mudanças podem trazer riscos
à saúde e ao meio ambiente.
Disponível
em https://g1.globo.com/natureza/noticia/projeto-de-lei-quer-mudar-legislacao-dos-agrotoxicos-no-brasil-entenda.ghtml. Acesso em 20/08/18.
TEXTO II
O “alarmante” uso de agrotóxicos no Brasil atinge 70% dos
alimentos
Mais
da metade das substâncias usadas aqui é proibida em países da UE e nos EUA
(...) Desde
2008, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de
agrotóxicos. Enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial desse setor
cresceu 93%, no Brasil, esse crescimento foi de 190%, de acordo com dados
divulgados pela Anvisa. Segundo o Dossiê Abrasco - um alerta sobre o impacto
dos agrotóxicos na saúde, publicado nesta terça-feira no Rio de Janeiro, 70%
dos alimentos in natura consumidos
no país estão contaminados por agrotóxicos. Desses, segundo a Anvisa, 28%
contêm substâncias não autorizadas. "Isso sem contar os alimentos
processados, que são feitos a partir de grãos geneticamente modificados e
cheios dessas substâncias químicas", diz Friederich. De acordo com ela,
mais da metade dos agrotóxicos usados no Brasil hoje são banidos em países da
União Europeia e nos Estados Unidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), entre os países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam, anualmente,
70.000 intoxicações agudas e crônicas.
Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/29/politica/1430321822_851653.html. Acesso em
20/08/18.
TEXTO
III
Disponível em http://fabianocartunista.blogspot.com/2016/01/charge-agrotoxico-meio-ambiente.html.
Acesso em 20/08/18.
TEXTO IV
Taxa de bebês com má-formação em Limoeiro do Norte é 75%
maior do que em outras regiões do Brasil
O uso abusivo de agrotóxicos pode ser
a causa do nascimento de bebês com má-formação congênita e início da puberdade
precoce, indica pesquisa da UFC
Por Tribuna do Ceará em Ceará, em 8 de agosto de 2018
O uso excessivo de agrotóxicos pode
ser umas das causas do nascimento de bebês com má-formação congênita e
desenvolvimento da puberdade precocemente em crianças no distrito de Tomé, em Limoeiro
do Norte.
A pesquisa realizada pela Universidade
Federal do Ceará (UFC) relaciona a situação dessas crianças com o uso abusivo
de agrotóxicos na região.
Os estudos apontam ainda que, devido à
grande exposição dos agrotóxicos, o número de câncer na cidade de Limoeiro do
Norte é 38% maior
que em outras cidades que não possuem grandes lavouras no estado, e
o número de má-formação em bebês é 75%
maior do que em outras regiões do país.
A professora Luci Oliveira afirmou que
a filha teve crescimento precoce das mamas. “A moça que cuidava dela começou a
perceber o avanço. Eu procurei um médico, e ele pediu uma ultrassom da mama.
Foi diagnosticado a telarca prematura, que é o início de puberdade precoce… o médico disse que, se não
começasse o tratamento, poderia menstruar com 3 ou 4 anos”.
A dona de casa Cleudiana Martins já
perdeu dois filhos. “A primeira vez tive um aborto com três meses. A segunda,
ela ficou viva quase três meses, no aparelho direto”.
A situação preocupa quem não acompanha
os resultados da pesquisa. Os desafios aumentam quando o número de pessoas com câncer na região crescem. A aposentada Maria de Fátima
perdeu o irmão para a doença. “Ele faleceu com 62 anos, há 4 anos. Minha
sobrinha morreu também”.
A professora Luci ainda comenta que na
cidade já houve casos de crianças que nasceram sem os membros superiores e
inferiores.
Disponível em http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/ceara/taxa-de-bebes-com-ma-formacao-em-limoeiro-do-norte-e-75-maior-do-que-em-outras-regioes-do-brasil/.
Acesso em 20/08/18.